DA REPORTAGEM LOCAL

Parceria entre o Sesc-SP, a PUC-SP e a Folha, a série "Diálogos Impertinentes" discute nesta edição "a arte marqueteada". O tema parte da constatação de que a cultura hoje desempenha papel central no regime neoliberal, nas palavras da mediadora, Suely Rolnik.
A situação seria especialmente contundente nas artes plásticas, que tem, em suas Bienais e exposições internacionais, importantes equipamentos de poder para se inserir no cenário do capitalismo globalizado, tornando-se atrativos pólos de investimentos.
No Brasil, a situação não foge à regra. Há um desequilíbrio de poder entre cultura, Estado e mercado, já que existe sinergia entre os departamentos de marketing e a cultura. "O projeto cultural do país se encontra nas mãos dos bancos e empresas, com pouca margem de negociação", diz Rolnik.
"Como pensar essa situação? Que práticas têm conseguido mudar isso?", são perguntas que provocam o debate.
Doutora em filosofia, crítica de arte e curadora-geral da 27ª Bienal de São Paulo, Lisette Lagnado chama a atenção para a apropriação do tempo de lazer do público por parte das empresas. Outro convidado do programa, Ricardo Basbaum, artista, crítico e curador, lembra que o momento de lazer seria aquele no qual o sujeito estaria livre desse assédio.