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Crítica
Biografia de Edith Piaf dá sensação de monotonia
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
"Piaf - Um Hino ao Amor"
(Cinemax, 19h30; 14 anos) é o
que se pode chamar de filme
informativo.
Desde as origens à fama e ao
sucesso, da felicidade à infelicidade, tudo está lá.
Não falta, é certo, a afirmação da relação confortável entre o artista e a obra (ser único
faz sofrer, melhor ser como
nós, pessoas comuns).
O limite desse tipo de filme é
que a informação não serve para nada, não leva a nada. Ela
existe, basicamente, para separar uma canção da outra.
Não é uma função secundária, quando se trata de Piaf.
Nem mal executada, no caso,
pois Marion Cotillard se sai
magnificamente no papel.
Ressuscitar a música de
Edith Piaf não é, claro, um mérito menor. E ela estava bem
esquecida.
Mas o cinema que daí se cria
está longe do satisfatório. Ele é
ordenado pelos fatos, em vez
de ordená-los.
Daí a sensação de que a vida
de Piaf, infeliz e cheia de emoção, no cinema sofre de uma
implacável monotonia. Ela
vem do filme.
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