São Paulo, segunda-feira, 22 de março de 2010

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Crítica

Biografia de Edith Piaf dá sensação de monotonia

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

"Piaf - Um Hino ao Amor" (Cinemax, 19h30; 14 anos) é o que se pode chamar de filme informativo.
Desde as origens à fama e ao sucesso, da felicidade à infelicidade, tudo está lá.
Não falta, é certo, a afirmação da relação confortável entre o artista e a obra (ser único faz sofrer, melhor ser como nós, pessoas comuns).
O limite desse tipo de filme é que a informação não serve para nada, não leva a nada. Ela existe, basicamente, para separar uma canção da outra.
Não é uma função secundária, quando se trata de Piaf. Nem mal executada, no caso, pois Marion Cotillard se sai magnificamente no papel.
Ressuscitar a música de Edith Piaf não é, claro, um mérito menor. E ela estava bem esquecida.
Mas o cinema que daí se cria está longe do satisfatório. Ele é ordenado pelos fatos, em vez de ordená-los.
Daí a sensação de que a vida de Piaf, infeliz e cheia de emoção, no cinema sofre de uma implacável monotonia. Ela vem do filme.


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