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Karabtchevsky rege Osesp em "Falstaff"
Na Sala São Paulo, cantores vão representar personagens nas apresentações da última ópera de Verdi
JOÃO BATISTA NATALI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A Osesp estará entre hoje e
domingo, com ingressos esgotados, sob a regência de Isaac
Karabtchevsky, para três récitas de "Falstaff", a última ópera
de Giuseppe Verdi (1813-1901).
Os músicos e o maestro permanecerão sobre o palco da Sala São Paulo, mas os cantores,
em lugar de ficarem estáticos,
representarão seus personagens sob a direção cênica de
André Heller-Lopes.
"Falstaff" (1899), comédia
baseada em Shakespeare, trará
no papel título o barítono russo
Albert Schagidullin. O italiano
Marco di Felice, impedido por
razões de saúde de cantar o papel de Ford, foi substituído por
Leonardo Neiva. É a única mudança no elenco. Hoje e sexta,
as récitas começam às 20h30.
Isaac Karabtchevsky afirma
ter pela música de "Falstaff"
"uma relação quase atávica",
porque "algumas das facetas do
personagem são inerentes a
qualquer ser humano que tenha ultrapassado certa idade".
Durante os nove anos em que
foi diretor musical do Teatro La
Fenice, em Veneza, ele montou
quatro produções dessa ópera
-e a regeu também em Dusseldof e nos teatros municipais do
Rio e de São Paulo.
Ele diz que é uma ópera "que
exala movimento em cada palavra. Não se pode fazê-la de forma estática, como se faria por
exemplo um "Tristão e Isolda",
de Wagner, onde os personagens são como colunas dóricas
plantadas no meio do palco. Para essa exigência de movimento a intervenção de André
Heller foi fundamental".
Para as três récitas, diz o
maestro, a orquestra recua e os
cantores ficam na frente, mas
não na forma do tradicional
oratório. Eles se movimentam.
Versão semicênica
"Há, por exemplo, a simulação da cena em que Falstaff,
dentro do cesto em que se escondeu, é atirado nas águas do
Tâmisa. Não há figurinos, mas a
iluminação é feita discretamente para supor a ação. É uma
versão semicênica."
Quanto à Osesp, que ele não
regia há nove anos -o fez em
2000 e foi excelentemente avaliado pelos músicos, mas talvez
por isso mesmo vetado pelo então diretor artístico, John
Neschling-, Karabtchevsky
diz apenas que "por razões imponderáveis" não foi mais convidado para reger a orquestra.
Ele a qualifica de "exemplar"
e afirma que ela atingiu um nível que "permite trabalhar sonoridades da maior textura, levando os músicos a compreender as razões poéticas escondidas na trama". "Em "Falstaff", a
orquestra não só acompanha os
cantores. É protagonista."
A seu ver, a qualidade de interpretação dos músicos permitiria que a atual produção se
transformasse eventualmente
em um excelente CD.
"FALSTAFF" COM A OSESP
Quando: hoje e sexta, às 20h30, e domingo, às 16h30; ingressos esgotados
para as três apresentações
Onde: Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, 16; tel. 0/xx/11/3223-3966)
Quanto: de R$ 30 a R$ 104
Classificação: 7 anos
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