|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Mutantes estréiam nova fase hoje em Londres
Banda gravará CD de inéditas no ano que vem
RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM
LONDRES
David Bowie já ligou reservando lugar, e Beck já entrou
em contato pedindo para participar da festa. O show dos Mutantes em Londres -a primeira
vez que a banda toca fora do
Brasil e que alguns membros
originais se apresentam juntos
desde os anos 70- é, provavelmente, o mais importante
evento da música brasileira fora do Brasil neste ano. Tudo
acontece hoje, dentro de um
festival de música, cinema, arte
e dança, o "Tropicália -°A Revolution in Brazilian Culture", organizado pelo centro cultural
inglês Barbican.
E as novidades não páram
por aí: haverá uma turnê com
sete shows nos EUA, em julho e
agosto, e apresentações na Europa, Ásia e Austrália. "Depois
disso, já estamos marcando
uma megaturnê no Brasil para
2007", conta Aluizer Malab,
empresário de Arnaldo Baptista e, agora, da banda. Outra boa
nova é o recém-assinado contrato com a gravadora Sony-BMG no Brasil. O show será registrado e lançado ainda neste
ano em CD e DVD. Para o ano
que vem, já está confirmado
um disco com inéditas.
Culto
"Os Mutantes têm um apelo
mundial", opina Bryn Ormrod,
responsável pela escalação musical do Barbican e pelas apresentações de Tom Zé, Caetano
Veloso e Gal Costa no evento.
"Acho que este provavelmente
será o show com maior presença de "não-brasileiros" na platéia dentro do festival."
"Não acredito que o culto aos
Mutantes aqui em Londres seja
de brasileiros, eles são cultuados por muitos gringos", diz
Malab. "Eu vejo os Mutantes
mais como uma coisa para
amantes da música, gente que
está mais antenada." Prova disso são as participações especiais já confirmadas: o cantor
Devendra Banhardt sobe ao
palco em Londres para cantar
"El Justiciero" com eles; e Beck
já confirmou participação no
show em Los Angeles.
"É como quando uma banda
começa: as pessoas estão no lugar certo na hora certa e se juntam para tocar", conta Sérgio.
"Agora foi a mesma coisa, não
teve um fator só que fez com
que voltássemos, foram várias
coisas ao mesmo tempo."
Três dos cinco membros da
formação clássica da banda
sentiram o mesmo, mas dois
resolveram ficar de fora: o baixista Liminha e Rita Lee. A escolha de quem faria as vezes de
voz feminina surpreendeu
muita gente: Zélia Duncan,
cantora de bem-sucedida carreira própria e voz bem diferente da de Rita. Ela não se abala: "Eu me dou o direito de me
aventurar".
Texto Anterior: Compositora discorda de Tom Jobim Próximo Texto: Frase Índice
|