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Blue Man
ganha novo
comando
O engenheiro Daniel Abulafia assume a grife após a morte de David Azulay
A Blue Man já tem um novo
comandante. Desde o final do
último mês, o engenheiro de
produção e especialista em finanças corporativas Daniel
Abulafia, 36, assumiu formalmente a direção da influente
grife de moda praia, cujo dono,
o estilista David Azulay, foi encontrado morto em 11 de fevereiro em sua casa de campo em
Visconde de Mauá (RJ).
David morreu aos 56 anos, de
causa não divulgada pela família, e deixou como herdeira a
sua filha única, Sharon, de 17
anos. Como o estilista não traçara um plano de sucessão na
empresa, no caso de sua ausência, havia uma forte expectativa
no meio da moda a respeito do
futuro da grife.
"Passamos 60 dias realmente
muito difíceis, mas isso ocorreu
devido a complicações de ordem legal e jurídica", conta Daniel, que é filho de uma prima
de David, trabalhou na Blue
Man nos anos 90 e voltou à empresa no final do ano passado.
A primeira complicação foi,
de fato, saber quem iria dirigir a
grife, já que Sharon era menor
de idade e inexperiente no ramo da moda. A solução para o
impasse saiu após uma reunião
entre as famílias Azulay e Abulafia, com a participação da herdeira. Os dois clãs, além de parentes, haviam sido sócios no
passado, na extinta grife Yes
Brazil -criada pelo pai de Daniel, Julio Abulafia, e pelo único irmão de David, Simão, que
morreu em 1988.
Na reunião, o nome de Daniel surgiu como a melhor opção para o comando da Blue
Man, já que ele era, entre os familiares, a pessoa que melhor
conhecia a empresa.
Uma procuração passada por
Sharon o designou como novo
gestor e administrador. Daniel
também será responsável, junto com seu pai, por orientar
Sharon no que diz respeito ao
seu patrimônio pessoal.
"Na minha cabeça, foi uma
decisão lógica a escolha de Daniel para dirigir a Blue Man. Ele
fez uma excelente administração no passado e tinha voltado
havia pouco tempo à empresa",
diz a estilista Marta Reis, que
trabalhou 12 anos ao lado de
David na concepção das coleções e agora assumiu integralmente a direção criativa.
Ainda pouco conhecido no
meio da moda, Daniel foi responsável por mudanças na
Blue Man entre 1996 e 2000
que permitiram à empresa se
expandir nos anos seguintes
-passando de 12 lojas próprias
(em 2000) para 25 (em 2008).
Em dezembro, David o chamou
de volta à grife, a fim de incrementar os negócios.
Daniel não revela o faturamento da marca em 2008, mas
garante que foi acima das expectativas. "Mesmo com a crise, planejamos crescer entre
10% e 15% neste ano e ampliar a
exportação", diz.
Segundo ele, nada será mudado no funcionamento da
Blue Man, que tem 300 funcionários. "A empresa vai muito
bem em termos financeiros e as
suas metas para os próximos
anos foram definidas antes da
morte de David", garante.
David Azulay era famoso no
mundo fashion pelo seu temperamento espontâneo e irreverente. Mas a maneira como dirigia a Blue Man era o contrário
de seu espírito tempestuoso.
"David era um chefe de orquestra no trabalho, criou uma
equipe muito coesa e fiel à grife", conta Marta.
"A equipe é muito antiga e organizada, com pessoas que trabalham aqui há 20 anos. Depois
da morte de David, todo mundo
sabia exatamente o que deveria
fazer. Foi isso que também garantiu o funcionamento normal da empresa", diz Daniel.
Segundo ele, a coleção para o
verão vem sendo produzida a
pleno vapor. Marta conta que
tanto o tema (inspirado em safári) quanto as cores chegaram
a ser discutidos por ela e David,
poucos dias antes da morte do
estilista. Por motivo de luto, a
Blue Man decidiu não desfilar
na São Paulo Fashion Week em
junho, mas planeja voltar às
passarelas na próxima temporada de verão.
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