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Meirelles explora conflito de diretores
LUCIA VALENTIM RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL
"Som & Fúria", série da Globo dirigida por Fernando Meirelles ("Cidade de Deus") que
vai ao ar a partir do dia 7 de julho, expõe um conflito de diretores. Um tem o luxo de uma
montagem no Teatro Municipal, mas com o cansaço dos
anos vividos sob a sombra de
um único sucesso.
O outro tem liberdade artística, mas falta público e dinheiro para fazer qualquer peça que
seja. Cada um, a seu modo, tem
inveja do outro.
E, como diz o ditado, a inveja
mata. Pedro Paulo Rangel, o estável e veterano diretor artístico que monta pela enésima vez
"Sonho de uma Noite de Verão", de William Shakespeare,
vai ser a vítima atropelada.
Felipe Camargo, de espírito
livre e alma atormentada, vai
assumir a direção de uma temporada de clássicos no lugar do
amigo, que volta para assombrá-lo e dar conselhos.
Tempos antes, Camargo foi
um Hamlet impecável. Mas só
por três dias, porque surtou
durante um espetáculo e nunca mais voltou para colher os
louros do sucesso.
Agora, ele se incumbe de
montar "Hamlet" novamente.
No papel principal, um astro da
novela das sete vivido por um
Daniel de Oliveira que convence tanto como um inexperiente
ator de TV quanto nos monólogos de Shakespeare -alguém
se lembrou de Wagner Moura?
Pouco dinheiro
No teatro, menos dinheiro é
sinônimo de mais criatividade,
parece ser a mensagem de Meirelles. Mas isso é apenas uma
pequena parcela da série, que
ganhou um compacto de menos de duas horas de duração.
Este filme vai ser usado para
divulgar a série em festivais de
televisão no mundo.
Também há sexo, traições,
homenagens a personalidades
do teatro, trechos de "Hamlet",
piadas sobre os bastidores das
artes. E uma iguana. Na televisão, essa miscelânea pode fazer
um divertido sentido.
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