São Paulo, quarta-feira, 22 de junho de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Cidade maravilha das premières

Rio se consolida como lugar privilegiado para lançamentos de filmes com evento de estreia de "Transformers - O Lado Oculto da Lua"

ANA PAULA SOUSA
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

Ao ver, do terraço do Copacabana Palace, o contorno topográfico do Rio, o norte-americano Michael Bay não se conteve: "Isso aqui é um cenário e tanto", disse.
Se Bay, o diretor de "Armageddon", "Pearl Harbor" e "A Ilha", vai explodir a baía de Guanabara ou atirar personagens do Corcovado, não temos como saber. Mas que o Rio ganhou mais um fã hollywoodiano é inegável.
Presente à cidade para a priemière mundial de "Transformers - O Lado Oculto da Lua", no domingo, Bay veio reforçar a imagem do Rio como nova "darling" dos grandes estúdios.
O evento de lançamento do filme, que vai ocupar 700 salas do país em 4 de julho, trouxe, para o Rio, a imprensa da América Latina e a cúpula da Paramount. Só na semana que vem haverá o lançamento para os mercados europeu e asiático, em Moscou -cidade citada na trama de "Transformers".
"Fui eu que quis fazer a première no Rio", disse Bay.
"O Brasil é um mercado emergente, a Copa do Mundo vai acontecer aqui... Achei que seria uma boa trazer a imprensa para cá."
Por quê? A paisagem e a caipirinha tendem a deixar os jornalistas mais bem-humorados? Bay ri.
Outros dois blockbusters, "Rio" e "Velozes e Furiosos 5", haviam usado o Rio como plataforma de lançamento neste ano. Mas, nos dois casos, havia um elo direto entre os filmes e a cidade. Em "Transformers", não.

MERCADO ATRAENTE
"Os estúdios querem vir para cá porque, em 2010, o Brasil superou o México em arrecadação [nas bilheterias]", afirma, sem volteios, Jorge Peregrino, vice-presidente sênior de distribuição para a América Latina da Paramount.
"E, como o real está forte, temos que fazer menos reais para alcançar determinado patamar em dólares", completa Peregrino.
Até então, o México sediava várias dessas "junkets". A expressão designa os convites feitos pelos estúdios, com tudo pago, para que os jornalistas do mundo todo vejam os filmes e façam entrevistas.
Se a primeira razão para a mudança de rota é o tamanho do mercado brasileiro, que arrecadou, em 2010, R$ 1,3 milhão e vendeu mais de 134 milhões de ingressos-recorde desde 1982-, outros fatores não podem ser desconsiderados.
A "sedução" passa também por ações promocionais e investimentos diretos da prefeitura em coproduções estrangeiras.
No último Festival de Cannes, por exemplo, a RioFilme, empresa municipal, publicou anúncios, promovendo seu cenário, nas principais revistas internacionais de cinema.
A empresa também criou, em 2009, a Rio Film Comission, que procura facilitar o trabalho de quem deseja filmar na cidade.
À frente da Film Comission está Steve Solot, figura que, por décadas, representou, no Brasil, a Motion Picture Association of America -que reúne os principais estúdios. "A presença dele [Solot] é só mais uma das pequenas coisas que, somadas, tornam a cidade atraente", afirma Peregrino.

A jornalista ANA PAULA SOUSA viajou a convite da Paramount.


Texto Anterior: Disco ganha tom "tropicalista", diz Rita
Próximo Texto: "Cilada.com" enfrenta Hollywood em julho
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.