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SURREALISMO E DADAÍSMO CINEMA E VÍDEO
Cineastas e artistas abrem o olho do espectador
da Reportagem Local
O Museu da Imagem e do Som
inicia hoje um ciclo de filmes dadaístas e surrealistas realizados
por cineastas, artistas plásticos e
poetas protagonistas ou agregados
a esses dois movimentos, basilares
para a arte contemporânea.
O ciclo marca o lançamento em
vídeo de uma caixa com cinco fitas
("Um Cão Andaluz" e "L'Âge
D'Or", ambos de Buñuel, "O
Sangue de um Poeta", de Cocteau, e duas coletâneas de curtas).
A programação do ciclo começa
hoje com a coletânea 2, que traz
cinco curtas: três de Man Ray, um
de Marcel Duchamp e outro de
Fernand Léger -curiosamente,
todos artistas plásticos.
Léger (1881-1955) é um cubista
híbrido, meio fovista, ao olhar para as massas cromáticas de Cézanne, e meio futurista, em seu interesse pela civilização industrial.
Duchamp (1887-1968) é a mais
importante figura do dadaísmo,
responsável pela criação de um
dos mais importantes conceitos
das artes plásticas neste século: o
"ready-made" (obra criada com
objetos do cotidiano, mas que ganham novo significado a partir do
contato com o conceito artístico).
Man Ray (1890-1977) circulou
pelos dois movimentos. Fotógrafo, pintor e cineasta, fundou com
Duchamp e Picabia o movimento
Dadá em Nova York. Em 1921, foi
para Paris, onde participou do dadaísmo europeu e do surrealismo.
Foi pioneiro em várias técnicas
fotográficas nos anos 30 (raiografia, fotos produzidas sem câmera,
colocando-se o objeto sobre o papel e expondo-o à luz, e solarização, inversão dos tons de uma
imagem fotográfica).
Nos cinco curtas que serão apresentados hoje, o que predomina é
a busca de um discurso autônomo
da imagem, sua total independência de métodos acadêmicos e realistas de percepção.
Em "Le Retour à la Raison",
por exemplo, Man Ray produz
imagens a partir de luzes, grafismos e interferências na película.
Em "Ballet Mécanique", Léger
cria colagens de imagens com espelhos e movimentos irreais.
Todos esses artistas estavam interessados nas possibilidades da
criação de novas imagens, desvinculadas de discursos racionais.
A exibição dos curtas hoje vai
contar com uma trilha sonora
composta pelo músico Paulo Beto
e executada ao vivo, com uma base eletrônica, percussão com garrafas, martelo e guitarra.
(CELSO FIORAVANTE)
Mostra: O Surrealismo e o Dadaísmo no
Cinema (programação no quadro ao lado)
Onde: MIS (av. Europa, 158, tel.
011/282-8074)
Quando: de hoje a domingo
Quanto: entrada franca
Lançamento em vídeo: Continental
(011/283-5255)
Quanto: R$ 120 (a caixa) e R$ 49 (cada fita)
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