São Paulo, terça-feira, 22 de agosto de 2000


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"Brilhante" Talvin Singh embarca sua egotrip para o Brasil

DO ENVIADO À INGLATERRA

A palavra modéstia passa longe do vocabulário de Talvin Singh. O produtor inglês de origem indiana traz ao Brasil a mistura das batidas rápidas do drum'n'bass com instrumentos típicos da Índia que rendeu a ele, no ano passado, o mais conceituado prêmio da música britânica, o Mercury Music Prize, pelo álbum de estréia, "OK", de 1998. Singh se apresenta no palco New Directions (dedicado a novos artistas) do Free Jazz Festival nos dias 21 de outubro, no Rio, e 22, em São Paulo.
"Sou um produtor brilhante!", diz Singh em entrevista feita na sexta-feira. Usando fones de ouvido, ele escuta o ainda inacabado sucessor de "OK" -com lançamento previsto para fevereiro de 2001- e comenta: "Sou muito rápido, faço em 15 minutos uma música que alguém levaria dois meses para fazer. Penso: "Sou muito bom fazendo isso"."
Mas, no Brasil, ele não pretende dar nenhuma amostra desse novo disco. E nem do aclamado "OK". "O show vai ser basicamente de percussão, com muito improviso e exploração de ritmos. Serão apenas três pessoas. Não vou tocar nada do novo disco, pois há muitos músicos, é uma grande produção", conta Singh.
A egotrip do produtor ainda é revelada quando ele fala sobre ter vencido o Mercury Prize, disputando o prêmio com grandes nomes da música britânica, como Blur, Chemical Brothers e Leftfield. "Não fiquei nada surpreso em ganhar o prêmio, porque o Mercury Prize premia artistas inovadores. Se você prestar atenção nos outros concorrentes, era óbvio que eu iria ganhar."
Tanto convencimento tem até justificativa. Singh ajudou a colocar no mainstream o movimento Asian underground, surgido no final dos anos 80, em Brick Lane (Londres), e encabeçado por artistas como State of Bengal e Osmani Soundz.
O sucesso como produtor e a sua habilidade com as tablas deram a Singh credibilidade e convites: saiu em turnê com a islandesa Björk e acabou de produzir uma faixa da popstar Madonna.
Ao saber que se apresentaria na mesma noite do percussionista Marcos Suzano, Singh comemorou, mesmo sem conhecer o trabalho do músico: "Quero tocar com ele". "Sempre quis muito ir ao Brasil por causa da música que me inspirou. Fui muito influenciado por percussionistas como Naná Vasconcelos, que eu já conheço há bastante tempo." (LF)


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