UOL


São Paulo, sexta-feira, 22 de agosto de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

RUÍDO

Máquina de CDs quer acabar com pirataria

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

Um inventor paulista radicado em Campo Grande (MS) diz que tem a fórmula para acabar com a pirataria: uma máquina de fabricar CDs. Segudo Nelson Martins, 58, a confecção instantânea e personalizada baratearia o produto e seria uma forma de inclusão social: "Em vez de combater os piratas, vamos atraí-los para a legalidade".
Martins e seu sócio, o empresário Fernando Bezerra, procuraram o músico Lobão, que fez a ponte entre eles e Gilberto Gil. O ministro da Cultura se entusiasmou e nesta semana levou Martins e Bezerra à Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia, que estuda a proposta. Eles dizem precisar de um investimento de R$ 600 milhões para instalar 20 mil máquinas em todo o Brasil.
Suas máquinas funcionariam com um cartão de tipo telefônico, em que o consumidor adquiriria créditos e escolheria quantas e quais faixas incluir no CD. O crédito mínimo, para uma faixa apenas, custaria R$ 0,50.
"Muitas vezes o consumidor quer uma música e tem que comprar um CD por R$ 28 para tê-la. Acaba preferindo o camelô pirata", afirma Martins.
As máquinas teriam reservatório de 34 mil fonogramas, obtidos de gravadoras e artistas independentes. A Associação Brasileira dos Produtores de Discos nega afirmação de Martins de que teria sido procurada para conhecer o projeto. Mas diz que a iniciativa é "interessante, desde que os direitos autorais sejam previamente negociados".

O NÃO-LANÇAMENTO

Segundo álbum de Raimundo Fagner, "Ave Noturna" saiu em 76 propondo-se a estilhaçar as estruturas melódicas da doce MPB. Para isso, escolhia temas populares e os tornava ásperos, soluçantes, deformados. Era o que acontecia com "Riacho do Navio", de Luiz Gonzaga e Zé Dantas, com o folclore nordestino de "Antônio Conselheiro" e até com "A Palo Seco", de seu colega de geração e de terra natal (o Ceará) Belchior. Além disso, havia composições próprias intensamente rascantes, como "Fracassos", a faixa-título (composta em parceria com o cineasta Cacá Diegues) e "Última Mentira" (com Capinan). "Ave Noturna" e Fagner provocavam estranheza, desconforto, incômodo, possivelmente repulsa. Era a hoje quase morta música provocativa brasileira. O CD, pertencente à Warner/Continental, está fora de catálogo.

OS MARIANOS
A família de Elis Regina sai da toca. Enquanto a filha Maria Rita Mariano sincroniza o lançamento do CD de estréia com o dia de seu aniversário (9 de setembro), sai uma semana antes "Piano e Voz", encontro inédito entre o filho Pedro Mariano e o ex-marido (e pai de Pedro e Maria Rita) Cesar Camargo Mariano.

DE NOEL A RITA LEE
Cesar Camargo Mariano se encarrega do piano para Pedro cantar um repertório que vai de Noel Rosa ("Tarzan, o Filho do Alfaiate") e Tom Jobim ("Caminhos Cruzados") a Rita Lee ("Caso Sério") e Lulu Santos ("Tudo Bem"). Foi gravado ao vivo, em estúdio.

OS DUETOS DE SULLIVAN
E Michael Sullivan, autor de sucessos de grude dos anos 80, voltará à carreira de cantor, num CD de duetos. Já gravaram com ele RPM ("Me Dê Motivo"), Sandra de Sá ("Um Dia de Domingo"), Ivete Sangalo ("Leva"), Fagner, Simone, Alcione, Fafá de Belém e Rosana.

BALEIRO VERSÁTIL
O repertório dos shows de voz e violão que Zeca Baleiro faz hoje e amanhã no Itaú Cultural liquidifica Ataulfo Alves, Paulinho da Viola, Tom Zé, Walter Franco, The Fevers, Arrigo Barnabé, Camisa de Vênus e Júpiter Maçã.

psanches@folhasp.com.br


Texto Anterior: "Take This Hammer": Folk de Leadbelly empresta voz à arte vinda das penitenciárias
Próximo Texto: Outros lançamentos - O velho novo rock: Barely Legal/Your New Favourite Band
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.