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RUÍDO
Máquina de CDs quer acabar com pirataria
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
Um inventor paulista radicado em Campo Grande
(MS) diz que tem a fórmula para
acabar com a pirataria: uma máquina de fabricar CDs. Segudo
Nelson Martins, 58, a confecção
instantânea e personalizada baratearia o produto e seria uma
forma de inclusão social: "Em
vez de combater os piratas, vamos atraí-los para a legalidade".
Martins e seu sócio, o empresário Fernando Bezerra, procuraram o músico Lobão, que fez a
ponte entre eles e Gilberto Gil. O
ministro da Cultura se entusiasmou e nesta semana levou Martins e Bezerra à Financiadora de
Estudos e Projetos do Ministério
da Ciência e Tecnologia, que estuda a proposta. Eles dizem precisar de um investimento de R$
600 milhões para instalar 20 mil
máquinas em todo o Brasil.
Suas máquinas funcionariam
com um cartão de tipo telefônico, em que o consumidor adquiriria créditos e escolheria quantas e quais faixas incluir no CD.
O crédito mínimo, para uma faixa apenas, custaria R$ 0,50.
"Muitas vezes o consumidor
quer uma música e tem que
comprar um CD por R$ 28 para
tê-la. Acaba preferindo o camelô
pirata", afirma Martins.
As máquinas teriam reservatório de 34 mil fonogramas, obtidos de gravadoras e artistas independentes. A Associação Brasileira dos Produtores de Discos
nega afirmação de Martins de
que teria sido procurada para
conhecer o projeto. Mas diz que
a iniciativa é "interessante, desde que os direitos autorais sejam
previamente negociados".
O NÃO-LANÇAMENTO
Segundo álbum de Raimundo Fagner, "Ave Noturna" saiu em 76 propondo-se
a estilhaçar as estruturas melódicas da doce MPB. Para
isso, escolhia temas populares e os tornava ásperos, soluçantes, deformados. Era o
que acontecia com "Riacho
do Navio", de Luiz Gonzaga
e Zé Dantas, com o folclore
nordestino de "Antônio
Conselheiro" e até com "A
Palo Seco", de seu colega de
geração e de terra natal (o
Ceará) Belchior. Além disso,
havia composições próprias
intensamente rascantes, como "Fracassos", a faixa-título (composta em parceria
com o cineasta Cacá Diegues) e "Última Mentira"
(com Capinan). "Ave Noturna" e Fagner provocavam
estranheza, desconforto, incômodo, possivelmente repulsa. Era a hoje quase morta música provocativa brasileira. O CD, pertencente à
Warner/Continental, está
fora de catálogo.
OS MARIANOS
A família de Elis Regina sai da
toca. Enquanto a filha Maria
Rita Mariano sincroniza o
lançamento do CD de estréia
com o dia de seu aniversário (9
de setembro), sai uma semana
antes "Piano e Voz", encontro
inédito entre o filho Pedro
Mariano e o ex-marido (e pai
de Pedro e Maria Rita) Cesar
Camargo Mariano.
DE NOEL A RITA LEE
Cesar Camargo Mariano se
encarrega do piano para Pedro
cantar um repertório que vai
de Noel Rosa ("Tarzan, o Filho
do Alfaiate") e Tom Jobim
("Caminhos Cruzados") a Rita
Lee ("Caso Sério") e Lulu
Santos ("Tudo Bem"). Foi
gravado ao vivo, em estúdio.
OS DUETOS DE SULLIVAN
E Michael Sullivan, autor de
sucessos de grude dos anos 80,
voltará à carreira de cantor,
num CD de duetos. Já
gravaram com ele RPM ("Me
Dê Motivo"), Sandra de Sá
("Um Dia de Domingo"), Ivete
Sangalo ("Leva"), Fagner,
Simone, Alcione, Fafá de
Belém e Rosana.
BALEIRO VERSÁTIL
O repertório dos shows de
voz e violão que Zeca Baleiro
faz hoje e amanhã no Itaú
Cultural liquidifica Ataulfo
Alves, Paulinho da Viola, Tom
Zé, Walter Franco, The Fevers,
Arrigo Barnabé, Camisa de
Vênus e Júpiter Maçã.
psanches@folhasp.com.br
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