JOSIMAR MELO
COLUNISTA DA FOLHA

O supra-sumo do luxo, do conforto, do charme... Para a esperançosa Carrie, seu glamouroso namorado, vivido por Mikhail Barishnikov, e seu grande amor, o rico Mr. Big, não haveria outro cenário em Paris senão o hotel Plaza Athenée, na mítica avenue Montaigne (das melhores grifes do planeta), para encerrar "Sex and the City".
Quem poupar no mínimo R$ 1.500 (por uma noite) verá o conforto dos quartos (em estilos do século 18 ou art-déco), os tafetás, o cremoso café (a R$ 25) com uma diáfana madelleine de fazer Proust babar, o florido pátio, além das apetitosas modelos que flanam pela Galerie des Gobelins a caminho do Bar du Plaza, onde poltronas de couro contrastam com o balcão futurista.
Na Galerie come-se o melhor club sandwich de Paris, ou se aguarda o jantar no restaurante do mais falado chef francês do mundo, Alain Ducasse. Madame não estaria adequadamente trajada? Ataque a poupança das crianças e entregue-se ao novo serviço do Plaza: uma guia de moda que a escoltará por um dia de cabeleireiro, maquiagem e lojas, orientando suas comprinhas.
Mas não basta o luxo sem um serviço impecável. Nisso o Plaza Athenée saiu-se bem do escrutínio de uma trupe brasileira. Numa crise workaholic uma colega resolveu às 3h ter problemas com o laptop: em quatro minutos um técnico a ensinava a ligar seu próprio computador.
Outra, espezinhando a tradição ferroviária européia, perguntou ao atônito concierge pela rodoviária de Paris; mas não desconcertou o experiente Jean-Claude Elgaire, presidente da Associação Internacional de Concierges, que (provavelmente socorrendo-se com algum gerente de bed-and-breakfast da rive gauche) logo conseguiu, além da informação básica ("não há rodoviária em Paris, madame"), indicar empresas de ônibus que transportam passageiros para além-fronteira.
Se não puder se hospedar, ao menos experimente chez Ducasse. Pratos entre 70 e 115, brigada num ensaiado balé, lagostins no vapor com creme e caviar iraniano, lagosta da Bretanha com trufa negra, pombo assado com repolho recheado; mais intermináveis queijos, morangos silvestres, vinhos primorosos... ali há tudo para um final feliz.