São Paulo, terça-feira, 22 de agosto de 2006

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Crítica

Perversões dão o tom em "A Menina Santa"

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Em "A Menina Santa" (Telecine Cult, 22h), existe um mundo inteiro de ocultações. Há um médico exemplar que gosta de molestar garotinhas. Há também uma garota católica que acredita ter como missão salvar esse homem -ao mesmo tempo em que isso representa para ela a descoberta da sexualidade.
A alma dos homens é feita de desvãos, uma sucessão de caminhos mal traçados. Existe, nos dois personagens principais criados pela diretora Lucrecia Martel (para atores magníficos), algo que talvez se pudesse chamar de perversões cruzadas.
No entanto, essas perversões não esgotam seus personagens. Elas fazem parte deles (fazem parte até da religiosidade da menina), mas percebemos a complexidade desses seres. Sabemos que a ruína que os ronda não é apenas retórica: ela ronda a nós também.
Fazer belos filmes, andam nos ensinando os cineastas argentinos, não é queimar um monte de dinheiro. É abrir-se dolorosamente.


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