São Paulo, sexta-feira, 22 de agosto de 2008 |
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Mônica Bergamo bergamo@folhasp.com.br
LEILÃO DO BARÃO "É um trabalho de desapego"
Cinco anos depois de receber
os três contêiners com móveis
herdados da família - uma das
mais importantes da Europa-,
o barão Cyril Rudolf Alfred Maximilian von Goldschmidt-Rothschild não acompanhou
de perto o leilão de parte de
seus bens, anteontem. "A Milu
[Molfi, leiloeira responsável
pelo pregão] achou que as pessoas iam prestar mais atenção
em mim do que nas peças", diz
Rothschild, ex-marido de Márcia Goldschmidt. Ele hoje mora
na Granja Viana e é casado com
a jornalista Carla Pisaroglo, que
conheceu pela internet. Entre
os lotes da noite está o título de
baronato "outorgado pelo rei
da Prússia em 1907". Mas o documento com capa de couro e
ponteiras de prata não garante
ao comprador a posição de nobreza, que só pode ser transferida por hereditariedade. "Por favor, senhores, eu sou carente. Preciso de atenção", diz Milu, interrompendo, por causa do barulho, a explicação sobre a origem das peças do barão, que veio ao Brasil por amor a Márcia Goldschmidt. Enquanto o título de baronato não é anunciado, as cerca de 50 pessoas que se espalham pelas cadeiras de plástico no salão de uma casa na avenida Rebouças, em SP, arriscam lances estimulados por gracejos. "Cuidado com o pó", diz Milu, ao apresentar um tapete persa de R$ 4.800 - que não recebe lance. "Ninguém quer esse par de porta-ovos em prata?" Sem ver reação na platéia, ela emenda: "Ninguém mais come ovos no café da manhã?". Anuncia, então uma gravura de Alfred Crowquill. Nada. "Gente, eu vou perder meu emprego", diz, antes de vender a obra por R$ 250. Entre as peças arrematadas estavam cadeiras francesas de carvalho de 1790 e uma coleção de 18 peças de porcelana inglesa com motivos vitorianos. "Vou ensinar as pessoas a acertarem nos primeiros encontros", diz ele, que foi deserdado após deixar de lado o trabalho no banco da família para dedicar-se à psicologia. A leiloeira anuncia que o lance mínimo pelo título de baronato é de R$ 500 mil. "Temos que adaptar à realidade do nosso mercado", explica José Molfi, sócio da casa de leilão. Silêncio na sala. Em menos de 30 segundos, o martelo, ou melhor, a caneta Bic, é batida: ninguém fez oferta pelo título. "A gente sabe que a venda desse tipo de peça é privada, mas era importante levá-la a leilão por causa da divulgação", afirma Molfi. Salada Depois de três votações e muita polêmica interna, o Conar (Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária) decidiu ordenar a alteração do anúncio do protetor Cenoura & Bronze. O refrão do jingle "não tenha medo do sol, menina", cantado por Cláudia Leitte, foi considerado contrário aos cuidados que os dermatologistas recomendam para evitar doenças de pele. CARTÃO VERMELHO Processados desde 2006 pelo Ministério Público de SP, a Petrobras, o banco HSBC e a financeira Losango foram condenados por terem enviado cartões de crédito Petrobras, sem solicitação, para a casa de consumidores. A Justiça proibiu novas remessas, sob pena de multa de R$ 40 mil. O HSBC, dono da Losango, vai recorrer da decisão. A Petrobras, que agora tem seus cartões administrados pelo Banco do Brasil, não se manifestou até o início da tarde de ontem. AGENDA A secretária Karina Somaggio, musa do mensalão, será uma das próximas testemunhas a prestar depoimento no processo sobre o escândalo. ESTALEIRO O promotor José Carlos Blat tirou uma licença médica de 15 dias. Será operado de um tumor no intestino, recém-descoberto, pelo médico Raul Cutait. TAPETE VERMELHO O ator Viggo Mortensen visitará o Brasil em setembro. De acordo com o Festival de Cinema do Rio, ele vem prestigiar o lançamento de "Good", filme que estrela sob a direção do brasileiro Vicente Amorim. PROFESSOR ROGER Roger Agnelli, da Vale, vai estrear como professor na Casa do Saber, no Rio, em novembro. Fará uma palestra em formato de "talk show" no curso "Empreendedores do Rio". Da grade curricular também faz parte uma apresentação de Eike Batista, da MMX. CEGONHA A apresentadora Didi Wagner está grávida pela terceira vez. Ela e o marido, o empresário Fred Wagner, já são pais de Laura, 4, e Luiza, 2. Filha de banqueiro é candidata do PSOL
A economista Mariana Almeida, 26, candidata a vereadora em SP pelo PSOL da ex-senadora Heloísa Helena, é filha de
um banqueiro, "espécime" tão
combatida pelo partido. O pai
dela, Natalisio Almeida, é diretor do Itaú para a América Latina. "Sou simpático ao PSOL.
Gosto de princípios e eles têm. FOLHA - Seu pai é diretor do banco
Itaú e seu partido é contra os bancos. Teve briga em casa? FOLHA - Questiona seu pai por ele
trabalhar em um banco? FOLHA - Mas seu pai é banqueiro. |
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