São Paulo, sexta-feira, 22 de agosto de 2008

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CONEXÃO POP

A Austrália é aqui


Como o Brasil, o país do Silverchair é recheado por artistas provincianos que se levam muito a sério

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

NA SEMANA passada, este espaço festejou a Austrália, terra que está ancorando boa parte dos novos nomes que unem dance e rock. Mas a Austrália é, também -como um outro país do mesmo hemisfério-, abrigo de roqueiros conservadores e tacanhos.
Há alguns dias, o veterano jornalista inglês Everett True (um dos "descobridores" do Nirvana), que hoje vive na Austrália, escreveu em blog no portal do "Guardian" que a imprensa pop daquele país é recheada por gente que trata bandas e músicos com condescendência. Para ilustrar seu ponto de vista, chamou as bandas The Vines e Silverchair de "abominações contra a natureza".
Normal, certo?
Não para a comunidade roqueira australiana. Em seu mais recente post para o jornal britânico, True conta que seu texto causou reações furiosas, com publicações australianas dando mais destaque às suas declarações do que, por exemplo, à morte de Isaac Hayes.
No fundo, entende-se as reações.
Tirando algumas bandas e DJs novos dessa cena dance-rock e exceções como AC/DC, a Austrália é tomada por grupos e artistas provincianos, acostumados a tapinhas nas costas e que levam sua mediocridade a sério demais.
Austrália e Brasil têm muito em comum. Para achar o texto do Everett True, vá ao blogs.guardian.co.uk/music.

 
A realeza pop virou cinqüentona.
No último dia 16, Madonna completou 50 anos. Michael Jackson chega à idade na sexta que vem.
É tentadora a comparação da carreira dos dois, mas muito cruel com o "rei" do pop.
Enquanto Jackson chegou ao ápice 20 anos atrás e desde então parece ter perdido talento e sanidade, Madonna continua com a carreira nas mãos e há três anos lançou um de seus melhores discos ("Confessions on a Dance Floor").
Enquanto Jackson está sabe-se lá onde, Madonna inicia amanhã, em Cardiff, mais uma grandiosa turnê mundial, que passa pelo Brasil em dezembro. Qual entertainer pode ser comparado a Madonna?
 
Saiu ontem, apenas na internet, "Intimacy", o terceiro disco do Bloc Party.
Das bandas nascidas neste século, o Bloc Party é das que mais arriscam e tentam sair do lugar.
A impressão é que o Bloc Party troca o imediatismo dos hits pop por faixas que causam certo desconforto e confusão no ouvinte.
Climas tensos, elétricos são desenhados por músicas como "Ares", que abre o disco, "Halo" e "Ion Square", a sensacional faixa que encerra "Intimacy".
Com beats e efeitos, "One Month Off", "Zephyrus" e "Mercury" escancaram o desejo da banda de não se prender apenas às guitarras.
O Bloc Party toca no Brasil em novembro. Não perca.

thiago@folhasp.com.br


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