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PRIMAVERA-VERÃO 2001
Em outra vertente, catalão e dupla de estilistas causam sensação usando humor e reciclagem
NY segue Europa e reabilita o clássico
ERIKA PALOMINO
ENVIADA ESPECIAL A NOVA YORK
Nova York abre a temporada internacional de desfiles para a primavera-verão 2001 com uma injeção de sangue novo. E bom.
As apresentações começaram
oficialmente na cidade no dia 14 e
terminam hoje, na mais extensa
edição do Seventh on Sixth, com
quase cem desfiles e cerca de 130
estilistas.
Seventh on Sixth é quando as
marcas da Sétima Avenida (a
"fashion avenue") se transferem
para a Sexta, nos jardins da biblioteca pública, o Bryant Park.
A moda americana está deitando e rolando com a orientação
chique do prêt-à-porter nessa virada de milênio.
Reis da elegância formal, comerciais acima de tudo e, muitas
vezes, caretas, os criadores "made
in USA" se encontraram na esquina com o estilo lady ("ladylike")
instalado na Europa há coisa de
um ano. Agora estão se sentindo
em casa.
Os clássicos agora não têm mais
problema em ser clássicos, é só arrumar uma maneira (via tecido e
proporções) de se manter atraentes para as novas gerações.
Veja o caso de Carolina Herrera
(impecável nas pantalonas e blusas fluidas, foco nos ombros) e
Oscar de la Renta (pense Versace), revisões do modelo "Valley of
the Dolls" (o filme dos anos 60),
com muita cor e roupa de boa
qualidade.
Outro exemplo é o medalhão
Ralph Lauren, que transforma o
american way numa imagem de
mulher muito sofisticada, vista no
exclusivo desfile de anteontem no
SoHo, que teve a nata da mídia de
moda no mundo. Lauren evolui o
casual style pelo qual ficou famoso para o que é explicitamente
chique. American chic total.
Caminho inverso
Os modernistas têm o trabalho
inverso: fazer "chic-ismo" com
vanguarda (algo inédito durante
os 90) e, ao mesmo tempo, preservar seu potencial de varejo e manter elevado o conteúdo criativo.
E tem gente conseguindo isso
aqui. Atenção para os seguintes
nomes: Miguel Adrover e Imitation of Christ.
O primeiro já é conhecido dos
fashionistas desde a temporada
passada.
Catalão saído (mesmo) do underground nova-iorquino, Adrover ficou famoso ao picotar o colchão do ator "transgender"
Quentin Crisp (que diz ter achado
na rua depois da morte do artista)
e transformá-lo em roupa, a mesma coisa que fez com algumas peças da Burberry - o que quase
lhe rendeu um processo.
Adrover andou passeando pela
selva amazônica, em companhia
de uns amigos antropólogos, e,
para o verão, sugere peças militares e looks que ironizam o fashion
em si, brincando -com seu humor peculiar- de masculino/feminino, conceitual e intelectualizado, mas usável.
Darling atual da imprensa de
moda de Nova York, a Imitation
of Christ (por aqui eles chamam
IOC, mais fácil de escrever) tem
como estilistas Tara Subkoff e
Matt Damhave.
Eles começaram há menos de
um ano e, nesse desfile de verão
2001, já tinham na primeira fila a
diva do novo Cool NY, Chloë Sevigny, com sua habitual cara de
tédio.
Mas não foi só isso, claro. A dupla IOC desfilou suas roupas recicladas (da Legião da Boa Vontade) numa funerária, numa apresentação que lembrava um velório, com as modelos passando à
volta de um caixão. Lindas de
morrer.
A jornalista Erika Palomino viaja a
convite da Ralph Lauren e da Rosa Chá
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