São Paulo, quinta-feira, 22 de setembro de 2005

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BEBIDA

Valduga lança vinho em caixa no Brasil

JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA

A vinícola gaúcha Casa Valduga acaba de lançar o Alto Vale, primeiro vinho nacional apresentado em embalagens Bag-in-Box (BIB). O sistema -tão engenhoso quanto simples- consiste numa caixa de papelão que abriga um saco plástico provido de uma torneira que contém o vinho. Ao servi-lo, a bolsa vai murchando sem deixar espaço para a entrada de ar -o que oxidaria certamente o vinho, tirando-lhe a fruta e o charme.
"O BIB deve preservar o vinho inalterado até 35 dias após ter sido aberto", explica Adriana Betin, do departamento de marketing da Scholle, firma que fabrica as embalagens em Vinhedo, São Paulo.
Além de evitar o problema dos vinhos "amanhecidos", a novidade promete trazer outra vantagem: um preço mais em conta. A caixa do Alto Vale (de cinco litros), equivalente a 6,6 garrafas de 750 ml, permite abater o custo adicional das rolhas e do vasilhame.
O uso de BIB está crescendo (mais de 50% dos goles vendidos na Austrália, por exemplo, vêm dentro deles) e o Brasil deve seguir a tendência. A pernambucana ViniBrasil está prestes a embarcar nele. "Pretendemos encher cerca de 15 mil Bag-in-Box até o fim do ano", antecipa João Santos, enólogo da adega. Um terço deles pousará na Noruega (onde cerca de 30% do vinho chega neste tipo de caixas) e o resto no mercado nacional. Outra vinícola gaúcha, a Miolo, estuda usá-lo em 2006.
Até dezembro serão produzidas 20 mil BIB do vinho da Valduga -um Cabernet Sauvignon- e a casa planeja vender 50 mil no ano próximo, com a adição de um branco Chardonnay. "Às vezes, uma garrafa é muito para o consumidor, e isso dificulta as vendas. Quisemos fazer um vinho frutado que se beba fácil, vendido a preço em conta", conta João Valduga, enólogo e proprietário da adega.
A julgar pelo exemplar pioneiro, os paralelepípedos coloridos e as suas torneirinhas têm tudo para se tornar presença habitual em bares e restaurantes -ou em casa também. Afinal, os cinco litros de Alto Vale, um tinto agradável, de corpo médio, custam R$ 43 (na Valduga, tel. 0/xx/11/5044-7000), o que permitirá servir uma taça de vinho decente -em lugares que pratiquem valores honestos- por um preço similar ao de um chope.

RUBRO LUSITANO
Um perfil frutado, corpo médio, acidez e bons taninos caracterizam o Fonte de Nico 2003, um tinto da região de Terras do Sado, ao sudeste de Lisboa. Ele foi elaborado com uvas castelão pela Adega Cooperativa de Pegões, casa que modela bem esta típica cepa.

BOM E BARATO

SUGESTÃO ATÉ R$ 40
FONTE DO NICO 2003
Avaliação: 84/100
Bom para: acompanhar queijos meia-cura, embutidos
Preço: R$ 28,90
Onde: Wine Company, (tel. 0800-7708020)


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