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BEBIDA
Valduga lança vinho em caixa no Brasil
JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA
A vinícola gaúcha Casa Valduga acaba de lançar o Alto Vale, primeiro vinho nacional
apresentado em embalagens
Bag-in-Box (BIB). O sistema
-tão engenhoso quanto simples- consiste numa caixa de
papelão que abriga um saco
plástico provido de uma torneira que contém o vinho. Ao
servi-lo, a bolsa vai murchando
sem deixar espaço para a entrada de ar -o que oxidaria certamente o vinho, tirando-lhe a
fruta e o charme.
"O BIB deve preservar o vinho inalterado até 35 dias após
ter sido aberto", explica Adriana Betin, do departamento de
marketing da Scholle, firma
que fabrica as embalagens em
Vinhedo, São Paulo.
Além de evitar o problema
dos vinhos "amanhecidos", a
novidade promete trazer outra
vantagem: um preço mais em
conta. A caixa do Alto Vale (de
cinco litros), equivalente a 6,6
garrafas de 750 ml, permite
abater o custo adicional das rolhas e do vasilhame.
O uso de BIB está crescendo
(mais de 50% dos goles vendidos na Austrália, por exemplo,
vêm dentro deles) e o Brasil deve seguir a tendência. A pernambucana ViniBrasil está
prestes a embarcar nele. "Pretendemos encher cerca de 15
mil Bag-in-Box até o fim do
ano", antecipa João Santos,
enólogo da adega. Um terço
deles pousará na Noruega (onde cerca de 30% do vinho chega neste tipo de caixas) e o resto no mercado nacional. Outra
vinícola gaúcha, a Miolo, estuda usá-lo em 2006.
Até dezembro serão produzidas 20 mil BIB do vinho da
Valduga -um Cabernet Sauvignon- e a casa planeja vender 50 mil no ano próximo,
com a adição de um branco
Chardonnay. "Às vezes, uma
garrafa é muito para o consumidor, e isso dificulta as vendas. Quisemos fazer um vinho
frutado que se beba fácil, vendido a preço em conta", conta
João Valduga, enólogo e proprietário da adega.
A julgar pelo exemplar pioneiro, os paralelepípedos coloridos e as suas torneirinhas
têm tudo para se tornar presença habitual em bares e restaurantes -ou em casa também. Afinal, os cinco litros de
Alto Vale, um tinto agradável,
de corpo médio, custam R$ 43
(na Valduga, tel. 0/xx/11/5044-7000), o que permitirá servir
uma taça de vinho decente
-em lugares que pratiquem
valores honestos- por um
preço similar ao de um chope.
RUBRO LUSITANO
Um perfil frutado, corpo
médio, acidez e bons taninos
caracterizam o Fonte de Nico
2003, um tinto da região de
Terras do Sado, ao sudeste de
Lisboa. Ele foi elaborado com
uvas castelão pela Adega Cooperativa de Pegões, casa que
modela bem esta típica cepa.
BOM E BARATO
SUGESTÃO ATÉ R$ 40
FONTE DO NICO 2003
Avaliação:
84/100
Bom para:
acompanhar queijos
meia-cura, embutidos
Preço: R$ 28,90
Onde: Wine Company,
(tel. 0800-7708020)
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