São Paulo, sábado, 22 de setembro de 2007

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Patricinhas de Nova York

Cecily von Ziegesar, que vai à Bienal do Rio amanhã, fala sobre "Gossip Girl", fenômeno adolescente que ela criou

K.C. Bailey/Associated Press
Atores que interpretam os personagens de "Gossip Girl' na série de TV


MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL

Numa época em que ícones adolescentes como Paris Hilton e Britney Spears parecem se tornar tão mais célebres quanto mais enfiam o pé na jaca, não surpreende que uma das maiores sensações editoriais seja uma série sobre jovens riquinhas de Nova York e seu mundo de sexo, drogas, bebedeira e glamour.
"Gossip Girl", a série criada pela norte-americana Cecily von Ziegesar, 37, e apelidada de "Sex and the City" para adolescentes", vem repetindo no Brasil o sucesso alcançado nos EUA e na Europa e, por isso, sua autora vem ao país para encontrar suas fãs amanhã, na 13ª Bienal Internacional do Livro do Rio, onde lança o oitavo volume da saga, "Nunca Mais!" (R$ 40, 304 págs.).
Von Ziegesar chega uma semana depois do previsto, devido à morte de seu pai, que a fez adiar a viagem e tornou a vinda ao Brasil algo pessoal. "Meu pai nasceu em São Paulo", diz a autora à Folha, por telefone. "Eu deveria ter ido ao país na semana passada, mas tive de cancelar. Mas realmente quero fazer essa visita porque sei que ele gostaria que eu fosse", explica.
Segundo Von Ziegesar, seu pai era alemão, mas nasceu na capital paulista "porque a família dele viveu em São Paulo por muito tempo, na década de 20". Ela também tem referências brasileiras por meio da babá de seus filhos, que "vive me dizendo como o país é bonito".
Aqui, deve encontrar um público ansioso por conhecê-la. Seus livros são, até o momento, um dos grandes best-sellers da Bienal, liderando as vendas no estande da Record, um dos maiores do evento, e atraindo um batalhão de adolescentes.
A coleção de oito livros já vendeu 4 milhões de exemplares nos EUA e foi traduzida em 30 línguas. No Brasil, já vendeu 55 mil exemplares.
Cecily von Ziegesar deve repetir nesta edição da feira o mesmo sucesso da francesa Lolita Pille, que causou sensação em 2005, no Rio, apresentando a mesma fórmula de histórias para meninas recheadas com sexo e drogas. Pille já vendeu 20 mil exemplares de "Hell -Paris 75016" e "Bubble Gum", lançados aqui pela Intrínseca.
A criadora de "Gossip Girl" é, ela mesma, produto do universo afluente onde se passam as tramas dos livros, o Upper East Side de Manhattan.
Von Ziegesar freqüentou uma prestigiosa escola particular só para garotas, na qual se baseou para criar as histórias das jovens milionárias Blair Waldorf e Serena van der Woodsen, que disputam garotos, freqüentam as festas da "high society" e, ocasionalmente, são melhores amigas.
A autora fez, inicialmente, um acordo para escrever dois livros e lançou o primeiro deles em 2002. "Ele demorou para vender porque a editora não fez publicidade, estava cautelosa porque achava o conteúdo um pouco provocante já que, nele, as adolescentes falavam como garotas normais, com palavrões, e sobre sexo."
Os comentários sobre o livro foram se propagando como geralmente acontece com as fofocas -as meninas iam comentando com as amigas e, na altura do terceiro livro, a série já estava na lista dos mais vendidos do "New York Times". O título, a propósito, refere-se à narradora da série, que conta as histórias através de seu blog ("Gossip Girl" é algo como garota da fofoca) e cuja identidade permanece secreta.

Na TV
O sucesso fez a série chegar aos 12 livros -o próximo será lançado nos EUA em outubro- e estrear na TV americana na última quarta, em formato de seriado e produzido por Josh Schwartz (criador do bem-sucedido "The O.C."). A estréia no Brasil está marcada para novembro, no Warner Channel.
Gerou também uma série derivada chamada "It Girl" -cujo primeiro livro, "Garota Problema", também já chegou ao Brasil-, estrelada por Jenny Humphrey, uma das personagens de "Gossip Girl".
Os títulos sugestivos de alguns capítulos -como "Uma hora de sexo queima 360 calorias" e "Como sempre, B está no banheiro e N está chapado"- dão uma idéia do barulho que Von Ziegesar comprou, mas ela não se intimida.
"Só há duas cenas em que descrevo personagens transando e não o faço de modo gráfico, chocante, eles estão apaixonados, é algo delicado. Há muita conversa sobre sexo porque é isso que adolescentes fazem."

Colaborou MARCOS STRECKER, enviado especial ao Rio


CECILY VON ZIEGESAR
Quando: amanhã, às 15h
Onde: Bienal Internacional do Livro -Riocentro - Esquina do Leitor (av. Salvador Allende, 6.555, Jacarepaguá, Rio, tel. 0/ xx/21/ 3431-4000)
Quanto: R$ 10 (entrada na Bienal)



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