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CRÍTICA
"O Segredo" mostra violência do racismo
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
A crítica norte-americana,
em geral tão molenga com filmes bem de segunda classe, inclusive alguns ganhadores de
Oscar, não teve muita piedade
com "O Segredo" (AXN, 12h;
não recomendado para menores de 12 anos).
Temo que isso proceda menos do vigor (ou falta de) do filme do que dos problemas raciais existentes nos EUA. Com
efeito, de certa forma é mais
agradável ver "Mississipi em
Chamas", por exemplo, em que
os racistas não fazem outra coisa exceto serem vilões, do que
este filme de James Foley.
Não que "O Segredo" defenda o racismo. É que, como
quem não quer nada, como
quem simplesmente faz mais
uma adaptação de John Grisham, o filme passa a mostrar a
violência desse tipo de sentimento e, sobretudo, a inseri-lo
num contexto mais amplo.
Não que o vilão do filme, Gene Hackman, não seja vilão. Ele
é. O problema é que ao assumir
sua culpa e seus atos ele implicitamente aponta o dedo a uma
sociedade e a uma cultura. E isso é difícil engolir.
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