São Paulo, segunda-feira, 22 de setembro de 2008

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CRÍTICA

"O Segredo" mostra violência do racismo

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

A crítica norte-americana, em geral tão molenga com filmes bem de segunda classe, inclusive alguns ganhadores de Oscar, não teve muita piedade com "O Segredo" (AXN, 12h; não recomendado para menores de 12 anos).
Temo que isso proceda menos do vigor (ou falta de) do filme do que dos problemas raciais existentes nos EUA. Com efeito, de certa forma é mais agradável ver "Mississipi em Chamas", por exemplo, em que os racistas não fazem outra coisa exceto serem vilões, do que este filme de James Foley.
Não que "O Segredo" defenda o racismo. É que, como quem não quer nada, como quem simplesmente faz mais uma adaptação de John Grisham, o filme passa a mostrar a violência desse tipo de sentimento e, sobretudo, a inseri-lo num contexto mais amplo.
Não que o vilão do filme, Gene Hackman, não seja vilão. Ele é. O problema é que ao assumir sua culpa e seus atos ele implicitamente aponta o dedo a uma sociedade e a uma cultura. E isso é difícil engolir.


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