|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Joni revine
Quase uma década após anunciar sua aposentadoria, compositora canadense lança disco com dez canções inéditas
ASSOCIATED PRESS, EM NOVA YORK
Há nove anos, Joni Mitchell havia desistido da música. Não apenas como compositora -recusava-se também a ouvir. Dedicou-se à pintura, a filmes antigos na televisão e a se reaproximar da filha que entregara para adoção, em 1965.
Agora, aos 63 anos, ela mudou de idéia. Novamente inspirada pela natureza -e também pela ira que lhe provoca a política dos dias de hoje-, a cantora e compositora canadense, que influenciou desde o pop de Madonna ao jazz de Wayne Shorter, acaba de lançar "Shine", com dez novas canções.
"Eu tinha começado a odiar a música. Não ouvia nem sequer o rádio, nem discos. Não conseguia me lembrar do que eu gostava antes em música."
Então, num dia de verão em 2005, ela reencontrou sua inspiração musical. Ela tinha passado o dia olhando para o mar diante de sua casa rústica de pedra, ao norte de Vancouver, Columbia Britânica. Viu focas, uma garça, rosas. "Naquela noite, entrei e toquei uma música ao piano. Minha sensação era de bem-estar e gratidão."
A melodia, inspirada em Debussy, se transformou na instrumental "One Week Last Summer", que abre "Shine".
As canções passaram a aparecer. "Bad Dreams" começou com uma curiosa observação feita por seu neto de 3 anos: "Os sonhos ruins são bons no grande plano". "Night of the Iguana" e "Hana" trazem a paixão por filmes antigos. "Strong and Wrong" é política: guerra no Iraque, aquecimento global, torturas, grampos ilegais.
"Fiquei furiosa com o governo e com os americanos, por não fazerem nada", diz ela. "As pessoas demoram tanto a fazer alguma coisa contra a transformação do país numa tropa de choque nazista..."
Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: "Deixar a música foi fácil", diz cantora Índice
|