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28ª BIENAL DE SP
O mapa do vazio
Fischerspooner, Los Super Elegantes e festa-performance do coletivo assume vivid astro focus são principais atrações da 28ª edição da Bienal de São Paulo; obras de Marina Abramovic, Sophie Calle e Eija-Liisa Ahtila são destaque do terceiro andar; segundo piso fica vazio, enquanto praça montada no térreo recebe performances e aulas de dança do coreógrafo Ivaldo Bertazzo
DA REPORTAGEM LOCAL
Dependendo do horário, a
Bienal do Vazio pode parecer
cheia. Com a entrada no pavilhão pela praça de eventos, no
térreo envidraçado do prédio
projetado por Oscar Niemeyer,
o público vai dar de cara com as
principais ações e performances que devem ser a marca desta edição da mostra, mas vai
precisar chegar na hora certa.
Na tentativa de integrar a exposição à rotina do parque Ibirapuera, estão programadas
para as manhãs de terças, quintas, sábados e domingos ao longo da mostra as aulas de dança
do coreógrafo Ivaldo Bertazzo.
É o mesmo espaço que, na
noite de abertura para convidados, recebe a dupla de músicos
O Grivo e, no dia seguinte, a
apresentação do duo eletrônico
Fischerspooner, com lotação limitada a 1.500 visitantes.
Outra performance que deve
lotar a praça de eventos é a peça-deboche da dupla Los Super
Elegantes, formada pelo argentino Martiniano Lopez Crozet e
a mexicana Milena Muzquiz,
que vão reunir em "Flipi Flopi",
um pastiche sobre a situação da
Bienal, as figuras do curador e
da modelo Gisele Bündchen.
No fim da Bienal, o coletivo
assume vivid astro focus promete "ocupar e preparar" o espaço por uma semana, encerrando o evento com uma grande festa aberta ao público.
Mas enquanto tudo no térreo
tem ares de grande espetáculo,
o terceiro andar do pavilhão,
em cima do vazio do segundo
piso, é menos gritante e mais
introspectivo -dos 42 artistas
na mostra, 26 têm obras ali.
Embora compareçam com
trabalhos antigos, os maiores
nomes da 28ª Bienal são Marina Abramovic, artista sérvia
considerada a principal performer ainda em atividade no
mundo, e a francesa Sophie Calle, destaque da última Bienal
de Veneza com a instalação
"Prenez Soin de Vous", obra
que não está nesta Bienal, mas
que virá ao Brasil em 2009.
Há ainda duas instalações da
videoartista finlandesa Eija-Liisa Ahtila, uma das pioneiras
do suporte. A brasileira Dora
Longo Bahia intervém no espaço cobrindo todo o piso do terceiro andar com resina.
Também promete chamar
atenção a expressão máxima
desse vazio da Bienal: o artista
Maurício Ianês vai viver nu e
sem comida por duas semanas
no pavilhão, passando boa parte do tempo na solidão do segundo andar.
(SILAS MARTÍ)
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