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Jurado do Pritzker exalta arquitetura "leve"
DO ENVIADO A MEDELLÍN
Pedras recortadas ou nuvens dentro da galeria chocaram visitantes da atual Bienal de Arquitetura de Veneza, dirigida pela japonesa Kazuyo Sejima, vencedora do
último Pritzker, prêmio mais
importante da área.
Do outro lado do mundo, a
Bienal Ibero-americana de
Arquitetura e Urbanismo reflete essa discussão abstrata
do espaço com exemplos
mais concretos, sem negar
que a arquitetura avança em
direção a algo mais sóbrio.
Elo entre o Pritzker e Medellín, o arquiteto costarriquenho Carlos Jiménez foi jurado da competição que premiou Sejima e seus projetos
cheios de "vazios refinados"
e esteve no comitê que escolheu os trabalhos mostrados
agora na cidade colombiana.
"Vejo uma arquitetura
saudável que se adapta ao
contexto local", disse Jiménez à Folha num café em Medellín. "É entender o entorno
e como o projeto se envolve
com o que está ao redor."
Nesse ponto, fica evidente
em projetos premiados pelo
mundo, entre eles os de Sejima e seu escritório Sanaa,
um retorno a preceitos do
modernismo e suas tentativas de fusão mais que perfeita entre as áreas internas e
externas de um projeto.
"Estamos ainda tentando
entender a força da arquitetura moderna, que se adapta
à singularidade de uma região", diz Jiménez. "Mas não
é um retorno a algo que se
perdeu. Às vezes, confundimos estilos com avanços."
São avanços que passam
ao largo da febre que alimentou a arquitetura nos anos 90
e na primeira década deste
século. Abortado com a recessão mundial, esse ciclo
mirabolante agora cede espaço a uma arquitetura menos midiática e mais singela.
"Essa arquitetura mais midiática chega a nos entreter",
diz Jiménez. "Mas são projetos restritos a um espaço quase virtual, feito de imagens."
Na era de refinamento minimalista que se anuncia, o
despojamento e o respeito ao
espaço circundante são palavras de ordem. "A mensagem
é que arquitetura não precisa
de tanto peso", diz Jiménez.
"Ela pode ser leve e ao mesmo tempo ser muito potente
nessa leveza espacial."
(SM)
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