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cinema
CRÍTICA DRAMA
"O Solteirão" é surpreendente visão hollywoodiana do fracasso
ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA
Para começo de conversa:
"O Solteirão" é um dos títulos
mais enganadores e traiçoeiros dos últimos tempos. Dá a
impressão de que o filme é
uma comédia leve sobre um
bonachão descasado.
Quem for ao cinema esperando altas gargalhadas vai
se arrepender. O filme é um
drama melancólico com toques de humor "dark". E
muito bom. Para lhe fazer
justiça, só a tradução literal
do título em inglês, "Solitary
Man": "Homem Solitário".
Temos aqui um caso raro
em Hollywood: a história de
um perdedor. E Hollywood,
sabemos, não liga para os
fracassados, a menos que seja para usá-los como ponto
de partida para alguma história inspiradora sobre superação pessoal e mudança.
Não é o caso. O que mais
surpreende é perceber que
não há lição de moral ou proselitismo nesse relato da vida
de um sujeito que teve tudo e
conseguiu perder tudo.
Michael Douglas faz o sessentão Ben Kalmen, um ex-magnata do comércio de automóveis que se arruinou ao
tentar um golpe financeiro.
Kalmen foi pego, preso e
gastou toda a sua fortuna em
acordos com a Justiça. Para
piorar, seu casamento acabou e agora ele passa as noites caçando mulheres que
poderiam ser suas netas.
Kalmen é um homem triste. Tem problemas com a filha, de quem depende financeiramente, mas é orgulhoso
demais para assumir que está arruinado e tentar recomeçar do zero.
Enfim, um personagem fora do padrão do cinema comercial moderno. E, por isso
mesmo, surpreendente.
O SOLTEIRÃO
DIREÇÃO Brian Koppelman e David
Levien
PRODUÇÃO EUA, 2009
COM Michael Douglas, Susan
Sarandon e Danny DeVito
ONDE nos cines Bristol, Espaço
Unibanco Pompeia, Kinoplex Vila
Olímpia e circuito
CLASSIFICAÇÃO 16 anos
AVALIAÇÃO bom
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