São Paulo, quinta-feira, 22 de novembro de 2001

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POLÊMICA

Vereador pede explicação formal sobre demissão de apresentadora

"Caso Soninha" vira debate político

LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O caso da apresentadora Soninha, que foi demitida da TV Cultura por declarar publicamente que fuma maconha, foi debatido ontem no Senado Federal e na Câmara Municipal de São Paulo.
O vereador Carlos Giannazi (PT) leu no plenário uma moção de repúdio à atitude da Cultura. O objetivo era encaminhá-la a Jorge da Cunha Lima, presidente da Fundação Padre Anchieta (que administra a TV), a Geraldo Alckmin e a Fernando Henrique. Alguns vereadores se manifestaram contrários à moção e a votação do documento foi adiada para hoje.
Giannazi enviará uma convocação a Cunha Lima para que ele dê uma explicação da demissão na Comissão de Educação e Cultura, da qual o vereador é membro.
"A TV Cultura é pública e a sociedade tem o direito de ouvir uma explicação do presidente da fundação sobre essa decisão arbitrária", diz o vereador.
Giannazi marcou para a próxima quarta-feira, às 11h30, um ato de desagravo na Câmara para demonstrar apoio à apresentadora. "Vamos convidar artistas, jornalistas, intelectuais, pessoas que tiveram problemas com drogas, como (cantor) (cantor) e Dinei (ex-jogador do Corinthians)."
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) criticou a atitude da Cultura, ontem, durante reunião da Comissão de Constituição e Justiça do Senado que discutia projeto de lei sobre prevenção e combate ao tráfico e uso de drogas.
Suplicy afirmou também que o fato de a apresentador dizer que "é usuária em certos momentos não a coloca como viciada".
O senador Romeu Tuma (PFL-SP), presente à reunião, também se pronunciou sobre o caso, mas não criticou a demissão. "A Cultura tem um regimento interno. Não quis entrar no mérito da demissão. Mas a declaração dela pode influenciar negativamente os jovens", disse Tuma à Folha.

Outro lado
Jorge da Cunha Lima, por meio de sua assessoria, afirmou que não irá comentar o assunto.
Desde a demissão da apresentadora, na segunda, a única manifestação da emissora foi um comunicado oficial, afirmando que "não pode permitir a manifestação pública, por seus funcionários e colaboradores, de práticas atentatórias às leis vigentes no país".


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