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POLÊMICA
Vereador pede explicação formal sobre demissão de apresentadora
"Caso Soninha" vira debate político
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O caso da apresentadora Soninha, que foi demitida da TV Cultura por declarar publicamente
que fuma maconha, foi debatido
ontem no Senado Federal e na Câmara Municipal de São Paulo.
O vereador Carlos Giannazi
(PT) leu no plenário uma moção
de repúdio à atitude da Cultura. O
objetivo era encaminhá-la a Jorge
da Cunha Lima, presidente da
Fundação Padre Anchieta (que
administra a TV), a Geraldo Alckmin e a Fernando Henrique. Alguns vereadores se manifestaram
contrários à moção e a votação do
documento foi adiada para hoje.
Giannazi enviará uma convocação a Cunha Lima para que ele dê
uma explicação da demissão na
Comissão de Educação e Cultura,
da qual o vereador é membro.
"A TV Cultura é pública e a sociedade tem o direito de ouvir
uma explicação do presidente da
fundação sobre essa decisão arbitrária", diz o vereador.
Giannazi marcou para a próxima quarta-feira, às 11h30, um ato
de desagravo na Câmara para demonstrar apoio à apresentadora.
"Vamos convidar artistas, jornalistas, intelectuais, pessoas que tiveram problemas com drogas, como (cantor) (cantor) e Dinei (ex-jogador do Corinthians)."
O senador Eduardo Suplicy
(PT-SP) criticou a atitude da Cultura, ontem, durante reunião da
Comissão de Constituição e Justiça do Senado que discutia projeto
de lei sobre prevenção e combate
ao tráfico e uso de drogas.
Suplicy afirmou também que o
fato de a apresentador dizer que
"é usuária em certos momentos
não a coloca como viciada".
O senador Romeu Tuma (PFL-SP), presente à reunião, também
se pronunciou sobre o caso, mas
não criticou a demissão. "A Cultura tem um regimento interno.
Não quis entrar no mérito da demissão. Mas a declaração dela pode influenciar negativamente os
jovens", disse Tuma à Folha.
Outro lado
Jorge da Cunha Lima, por meio
de sua assessoria, afirmou que
não irá comentar o assunto.
Desde a demissão da apresentadora, na segunda, a única manifestação da emissora foi um comunicado oficial, afirmando que
"não pode permitir a manifestação pública, por seus funcionários
e colaboradores, de práticas atentatórias às leis vigentes no país".
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