São Paulo, segunda-feira, 22 de novembro de 2010 |
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CRÍTICA ROCK Paul cria momento transcendente de beleza
Ex-beatle emociona o público com sequência de clássicos da antiga banda e homenagens a ex-companheiros
ANDRÉ BARCINSKI CRÍTICO DA FOLHA A chuva prevista não apareceu. No lugar dela, uma linda lua cheia emoldurava o Morumbi quando Paul McCartney subiu ao palco, às 21h35 de ontem. Paul vestia um paletó azul e carregava seu mítico baixo em forma de violino, companheiro desde a época dos Beatles. Música pop não fica muito melhor do que isso. Na plateia, netos, filhos e avôs cantavam juntos, numa prova de que suas canções, escritas há 30, 40 ou 50 anos, continuam poderosas. Em 2h50 de show, McCartney e banda tocaram cerca de 40 músicas. O show esteve impecável: som alto e definido, telões exibindo todos os detalhes e banda afiada. McCartney emendou de cara uma ótima sequência de sons de sua carreira pós-Beatles, com "Venus and Mars", "Rock Show" e "Jet". TODO O AMOR Mas o Morumbi quase desabou mesmo com "All My Loving", uma das preferidas de seu parceiro John Lennon (1940-1980). O telão mostrava cenas de época da beatlemania, com fãs perseguindo os Beatles pelas ruas. Foi a primeira de diversas músicas dos Beatles. "Drive My Car" e "The Long and Winding Road", esta com McCartney ao piano, transformaram o estádio num karaokê de 64 mil pessoas. O show foi crescendo em emoção, especialmente com clássicos dos Beatles como "And I Love Her", "Blackbird" e "Eleanor Rigby". Daí, Paul pegou o ukulele, disse que ia tocar uma música "em homenagem ao meu amigo George" (Harrison, 1943-2001) e começou versão minimalista de "Something". Quando a banda toda caiu matando no solo de guitarra da música, a melodia ganhou uma força impressionante que, somada ao coro de 64 mil fãs, criou um momento transcendente de beleza e emoção. Paul e banda emendaram, na sequência, "Band on the Run", "Ob-la-di, Ob-la-da", "Back in The USSR", "I Got a Feeling", "Paperback Writer", "A Day in the Life" (com "Give Peace a Chance", em homenagem a Lennon), "Let it Be", "Live and Let Die" (com fogos de artifício) e "Hey Jude", com o coro cantado pelo público mesmo após Paul deixar o palco. No primeiro bis da noite, uma trinca de pauladas dos Beatles: "Day Tripper", "Lady Madonna" e "Get Back". No segundo, a inescapável "Yesterday", cantada por todo o estádio, seguida pela pesadíssima "Helter Skelter", por "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" e, finalmente, por "The End". No fim, Paul pegou duas bandeiras do Brasil e improvisou uma dancinha. Acabou tropeçando e caiu no palco. As peripécias do Sir foram vistas em detalhes no telão. PAUL MCCARTNEY - UP AND COMING TOUR QUANDO hoje, às 21h30 ONDE estádio do Morumbi (pça. Roberto Gomes Pedrosa, s/nº; tel. 0/xx/11/4003-0696) QUANTO ingressos esgotados CLASSIFICAÇÃO 14 anos AVALIAÇÃO ótimo Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: Clima familiar dá o tom de apresentação Índice | Comunicar Erros |
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