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Crítica
"Gato Preto" foge das convenções do gênero terror
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Um jovem casal tem, inadvertidamente, a idéia de passar
a lua-de-mel na Hungria. Não
sabiam que estavam num filme
de terror, e que a Europa Oriental é o berço de grande parte do
terror do mundo.
Por sorte, eles caem em "O
Gato Preto" (TCM, 2h20;
classificação indicativa não informada), um dos raros filmes
em que Edgar G. Ulmer teve
boa produção. Eles caem também, de cara, ao lado do cavernoso dr. Vitus Werdegast (Bela
Lugosi). Pior, o ônibus em que
viajam sofre um desastre e vão
os três parar na casa de um célebre e também soturno arquiteto, Boris Karloff.
Filmando em 1934, Ulmer
evita duas poderosas convenções: o filme de monstro (com
Karloff e Lugosi!) e a arquitetura gótica (ao contrário, trabalha no art déco). E faz um terror original, em que a atmosfera conta mais do que tudo.
Há quem, como Richard Gilliam, considere este não só a
obra-prima do diretor alemão
como um dos grandes filmes
sobre questões que o primeiro
pós-guerra legou. A ele, pois.
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