São Paulo, quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros OPINIÃO TOM ZÉ + TORTOISE Até falta de entrosamento contribuiu com encontro entre brasileiro e americanos TATÁ AEROPLANO ESPECIAL PARA A FOLHA Naquele ano de 1999, Tom Zé e Tortoise estavam no olho do furacão, inspirando artistas do mundo inteiro. O brasileiro, (re)descoberto por David Byrne no início daquela década, havia se tornado cult e acabava de lançar, pela gravadora americana Luaka Bop (de Byrne), o inspiradíssimo álbum "Com Defeito de Fabricação". Os americanos do Tortoise estavam consolidados como um dos principais representantes do movimento post-rock e lançaram "TNT", um de seus melhores álbuns. É ainda impactante escutar, na íntegra, o encontro musical entre o revolucionário e inquieto músico baiano e o grupo de rock americano -esse que está solto pela rede, em sites de trocas de arquivos como o Soulseek. Com sua escola roqueira, a banda contribuiu bastante com números musicais intensos. Músicas como "Ogodô Ano 2000" e "Feira de Santana" ganharam peso -essa última, transformada num rock pesado, com bateria à Sonic Youth. Tom Zé usou com maestria sua extensa bagagem experimental e, com onomatopeias, fonemas, bochechos, esmerilhadeiras e gritos guturais, levou a plateia ao delírio várias vezes. Ensinou todo o público estrangeiro a cantar "Augusta, Angélica e Consolação" e, mesmo falando o inglês básico para se comunicar, esteve no comando o tempo todo. O idioma contribuiu com a evidente falta de entrosamento entre Tom Zé e Tortoise -mas até ela serviu de combustível à criatividade. E é justamente por isso que a apresentação soa tão visceral e surpreendente hoje, porque ele se entendeu intuitivamente muito bem com o Tortoise e com o público. TATÁ AEROPLANO é músico e integra as bandas Cérebro Eletrônico e Jumbo Elektro Texto Anterior: Raio-X: Tortoise Próximo Texto: Música: CDs Índice | Comunicar Erros

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