|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CINEMA
Pré-estréia reuniu diretora, atores e especialistas
Debate analisa longa "Brava Gente Brasileira", de Lúcia Murat
DA REPORTAGEM LOCAL
Em cartaz nos cinemas brasileiros, o terceiro longa-metragem da
cineasta Lúcia Murat, "Brava
Gente Brasileira", foi tema de debate promovido pela Folha e pelo
Espaço Unibanco, no último dia
15, na pré-estréia do filme em São
Paulo.
"Ele está entre os grandes filmes
brasileiros sobre índios", disse a
antropóloga e fundadora do Instituto de Antropologia e Meio Ambiente, Betty Mindlin, que participou da mesa de discussões, ao lado da diretora Lúcia Murat, da
professora de montagem, cinema
e vídeo na ECA/USP e presidente
do Fórum Brasileiro de Ensino do
Cinema e Audiovisual, Maria Dora Mourão, e dos atores Sérgio
Mamberti e Diogo Infante. José
Geraldo Couto, articulista da Folha, mediou o debate.
""Brava Gente" é impiedoso com
os colonizadores, sem ser maniqueísta. O filme mostra aspectos
da cultura dos índios com as
quais não podemos concordar,
como a prática do infanticídio e as
relações de vassalagem", analisou
Betty.
A professora Dora Mourão disse que o longa "é importante como obra e pelo que vai passar a representar na fase de retomada do
cinema brasileiro".
Dora afirmou que, "ao abordar
questões próprias da história do
país", o filme faz um contraponto
a "muitas produções que imitam
modelos, usam a estrutura narrativa das novelas ou atores famosos para chamar público".
Aparvalhado
O ator português Diogo Infante
acompanhou a exibição realizada
antes do debate e, na mesa, disse:
"Ainda estou meio aparvalhado,
porque é a primeira vez que vejo o
filme. Tenho muito orgulho de ter
participado dele".
Lúcia Murat destacou que com
"Brava Gente Brasileira" viveu "a
experiência de um filme-processo", cuja "costura" se fez no relacionamento com a comunidade
indígena Kadiwéu, que atua no
longa. A cineasta respondeu a diversas questões dirigidas pela platéia, sobretudo a respeito do relacionamento com a tribo e a imagem dos índios apresentada pelo
filme.
"Brava Gente Brasileira" acompanha a trajetória de um cartógrafo português (interpretado
por Diogo Infante) que viaja ao
Pantanal mato-grossense no século 18 e se vê envolvido no conflito entre os colonizadores portugueses e a tribo nativa dos guaicurus. Os kadiwéus, que vivem
atualmente na região do Pantanal, são descendentes dos guaicurus.
Texto Anterior: Análise/Tenda Brasil: Expressões musicais brasileiras saem fortalecidas e enfraquecidas Próximo Texto: Músicas/Lançamentos: O legado de um solitário Índice
|