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CINEMA/ESTRÉIA
Aos 19 anos, atriz revelação de "Encontros e Desencontros" é provável indicada para o Oscar e já ambiciona tornar-se diretora
Johansson promete chacoalhar Hollywood
DO "INDEPENDENT"
Quem ouve Scarlett Johansson
falar não imagina que ela tenha
apenas 19 anos. Não é tanto questão de como ela fala -na verdade
seu discurso, pontuado por frequentes "like" e ocasionais "you
know", não difere muito daquele
de qualquer jovem sofisticada,
bem instruída, de alta classe média, criada em Nova York por pais
bem de vida (seu pai é arquiteto
de origem dinamarquesa).
É sua voz em si, um contralto
muito rouco, que se ouve como a
de alguém muito mais velha do
que seu rosto, com sua pele de
açúcar de confeiteiro. Chega-se a
pensar que ela tenha fumado
muitos cigarros e bebido muito
uísque para ficar com a voz desse
jeito (ela fuma, sim, mas quanto
ao uísque, não sei). "Simplesmente apareceu quando comecei a falar", ela explica. "Abri a boca e minha voz já saiu assim."
Em "Encontros e Desencontros", Johansson faz o papel de
Charlotte, uma estudante universitária casada e irrequieta, de pouco mais de 20 anos, que mais ou
menos se apaixona por Bob, um
ator de cinema decadente representado por Bill Murray, em Tóquio. A expectativa é que ela receba uma indicação para o Oscar ou
por esse filme ou por "Girl With a
Pearl Earring", em que ela faz
uma criada tímida, no século 17,
que vira musa do pintor Jan Vermeer e, também, a modelo usada
na tela que dá título ao filme.
A Charlotte que ela representa
em "Encontros e Desencontros" é
uma garota irônica, saída de uma
faculdade particular cara e que,
depois de formar-se em filosofia,
ainda não sabe o que vai querer
fazer em termos de trabalho. Ela
já tentou a fotografia, mas, após
ver decolar a carreira de seu marido, um fotógrafo famoso (Giovanni Ribisi), desistiu da idéia.
É fácil enxergar um paralelo entre Charlotte e Sofia Coppola.
Quando indagada sobre semelhanças, repete a versão "oficial".
"Já me perguntaram antes se eu
represento Sofia, e eu jamais diria
isso", resmunga.
Scarlett não é muito reservada,
mas isso não quer dizer que ela
não tome cuidado com o que diz.
"Acho que, a cada experiência
profissional, descobri algo novo
sobre mim mesma", diz ela, mas
explica que atuar sempre foi algo
mais ou menos natural para ela.
"O processo já virou familiar. Outro dia entrei num set e notei que
sabia exatamente onde ir, exatamente o que estava acontecendo,
e isso para mim é puro deleite."
Em dado momento, quando lhe
contam que Coppola afirmou que
o filme inteiro foi rodado em seqüência, ela diz que "Sofia Coppola é uma mentirosa e tanto".
Ela se nega a falar mais sobre o assunto e faz questão de dar seu
apoio ao filme.
Johansson não está namorando
no momento. "Na verdade, estou
solteira pela primeira vez desde
que passei pela puberdade", deixa
escapar. Indagada se ela teria um
caso com um homem mais velho,
a atriz faz uma careta. "Namorar
uma pessoa com uma diferença
de idade muito grande seria estranho. Acho que dá para ter um namoro curto, mas não imagino que
ele possa durar."
Depois de um ano tão agitado,
Scarlett Johansson está tirando
tempo para fazer coisas como decorar sua casa nova em Los Angeles e curtir sua nova BMW Z4. E,
aparentemente como toda atriz
jovem de hoje em dia, ela pretende dirigir um filme ela própria em
breve, talvez ainda este ano.
Tradução Clara Allain
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