São Paulo, quarta-feira, 23 de fevereiro de 2000


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Modelo chora na passarela

da enviada a Milão

Uma temporada de moda, como já tentou provar Robert Altman no preconceituoso "Prêt-à-Porter", é um mundo à parte. Tem suas regras, seus personagens característicos, uma infinidade de pequenas histórias que compõem um grande panorama.
Sem filosofia barata, uma temporada traz momentos que avançam o mero sobe-desce de bainhas ou estica-e-puxa de tecidos que muita gente entende como moda, mas vão em direção a pequenos detalhes... humanos.
Durante o desfile da marca Callaghan, por exemplo, a modelo Emily Sandberg apareceu, em uma de suas entradas na passarela, com um fio de lágrima no rosto. Olhamos e olhamos de novo, procurando outras modelos chorando. Seria mais um "recurso de passarela"? Tipo: em momento de delírio, teria algum stylist colocado a modelo chorando para "tentar retratar a tristeza ou a desilusão da mulher do ano 2000" ou coisa que o valha?
Vai saber. O fato é que nenhuma outra modelo chorava. Depois, Emily (uma modelo já experiente, nenhuma novata) voltou com o rosto seco -mas com a marca da lágrima em sua maquiagem.
Efeito da iluminação intensa, de algum grito com ela nos bastidores, de síndrome pré-menstrual ou noite mal-dormida, Emily chorou, e muita gente na platéia da Callaghan viu. Essa tristeza valeu ali, sim, mais que mil palavras na moda. (EP)


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