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Eminem é gay e o Grammy é louco
DE NOVA YORK
E o Grammy de melhor álbum do ano vai para... Steely
Dan? Que tédio. Foi para isso que
perdemos três horas na frente da
TV vendo o programa mais chato
do ano? Para dois tiozinhos esquecidos baterem Eminem, a
grande novidade da música?
Para ter uma idéia de como estava monótona a noite, o momento mais interessante foi o discurso
do presidente da Academia Fonográfica, sempre aquela clássica
hora de ir à cozinha pegar mais pipoca. Pelo menos ele defendeu a
liberdade de expressão.
OK, teve Madonna logo de cara,
assumindo na camiseta o rótulo
até então odiado de "material
girl" e rebolando firme e sexy.
Mas mesmo a diva quarentona
resfolegou no final da apresentação de "Music", que abriu com
uma limusine dirigida pelo minirapper Lil" Bow Wow.
E teve o grande momento da
noite, Eminem se apresentando
com Elton John. Os dois cantaram "Stan", a melhor música do
CD "The Marshall Mathers LP",
com o inglês fazendo a parte que
no videoclipe é da cantora Dido.
Eminem e Elton John no palco,
o rapper de letras homofóbicas e o
gay amigo da Lady Di, foi um tapa
na cara dos alarmistas de plantão.
Rappers negros cantam músicas
mais homofóbicas, misóginas e
violentas há mais tempo. Eminem
só foi criticado e causou polêmica
por ser branco.
Até a cerimônia chegar lá, porém, dá-lhe mil categorias (tem
Grammy até de melhor texto de
encarte de disco. Sério). Tudo
bem, foi assim que o Brasil conquistou o tetra de world music, seja lá o que isso signifique. Agora, é
ver quando a retrógada Academia
deixará os brasileiros concorrerem às estatuetas principais.
Pelo menos confirmaram a dúvida levantada aqui anteontem.
Além das piadinhas ("depois de
se apresentar com Elton John,
Eminem topou ir ao banheiro
com George Michael"), John Stewart, o apresentador sem graça,
disse: "Eminem é mesmo gay".
(SÉRGIO DÁVILA)
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