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FESTIVAL
Com cinco noites e 30 bandas no palco, 12 a menos que em 2000, começa hoje a sexta edição do evento em Recife
Rec Beat encolhe dois dias, mas quer manter filosofia
DA REPORTAGEM LOCAL
A rua da Moeda, no centro antigo do Recife, abriga a partir de hoje a sexta edição do Festival Rec
Beat, complemento sonoro (leia-se rock, hip hop, música, maracatus e afins) ao Carnaval de veio
efetivamente popular na cidade.
Um dos expoentes da cena
grunge de Seattle nos anos 80, o
Mudhoney é um dos destaques da
primeira noite, encerrando a inédita turnê brasileira. As demais
bandas da noite são de Recife,
com raízes fincadas na comunidade do Alto José do Pinho, como
o Faces do Subúrbio e o Via Sat.
São seis atrações em cinco dias,
de hoje até terça-feira. Houve baixas numéricas: a programação
reúne 30 bandas, 12 a menos que a
edição de 2000. No ano passado
foram sete dias, dois a mais. O orçamento é de R$ 200 mil.
O idealizador do festival, o jornalista e produtor Antonio Gutierrez, o Gutie, afirma que mudou o formato porque teve dificuldades em captar recursos junto à iniciativa privada. "A lei estadual de incentivo à cultura está
suspensa, em revisão, e a Prefeitura de Recife, nosso patrocinador,
teve que reduzir a verba", explica.
Apesar disso, a edição deste ano
mantém o espírito e a filosofia do
Rec Beat: mesclar "representantes
da nova e também tradicional
música pernambucana, além de
revelações locais e nacionais", como diz Gutie.
Internacional
Desde o ano passado, há também o adendo da atração internacional. Além do Mudhoney, toca
em Recife o guitarrista americano
Bruce Ewan, que divide o palco
com o blueseiro carioca Big Gilson.
Gutie chama a atenção para artistas que estão participando pela
primeira vez, como o alagoano
Wado, os gaúchos do Bidê ou Balde, os paraenses do Cravo Carbono e os pernambucanos do Textículos de Mary.
Há espaço até para performances cênico-musicais, com o ator
Aramis Trindade, conhecido em
Recife pela imitação de personalidades como Ariano Suassuna e
Alceu Valença. No Rec Beat, ele
apresentará o show "É uma Brasa
Mora", no qual "clonará" ídolos
da jovem guarda, como Roberto e
Erasmo Carlos.
De Arcoverde (PE), participa o
grupo Cordel do Fogo Encantado,
que acaba de fazer sua estréia em
CD, sob a batuta do percussionista e compositor Naná Vasconcelos, que assina a direção.
Nomes consolidados na cena
musical brasileira do final dos
anos 90, como o pernambucano
Otto e o maranhense Zeca Baleiro, participam da noite de encerramento do festival.
Além da diversidade que marca
o som das bandas, o festival abre
espaço para a concentração carnavalesca do Bloco Quanta Ladeira, que acontece na tarde de domingo. Na segunda, é a vez da ala
infantil, que participa de atividades lúdicas e, claro, musicais.
"O Rec Beat é para quem gosta
de Carnaval, para fechar a noite
dos foliões ou mesmo servir de
opção entre um baile e outro",
afirma Gutie, que também é empresário dos grupos Mundo Livre
S/A e Cordel do Fogo Encantado .
A primeira edição aconteceu
em 95, em Olinda. Cerca de 150
pessoas foram assistir aos shows
que aconteciam em um bar improvisado, o Oficina Mecânica.
Olinda abrigou a segunda edição,
em 98, mas o festival foi transferido para a parte histórica de Recife
em 99.
(VALMIR SANTOS)
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