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GUIA
Edição 2006 chega às livrarias dia 1º de março; Maisons de Bricourt ganha três estrelas
Michelin eleva só um restaurante
CRÍTICO DA FOLHA
Marcada para chegar às livrarias no dia 1º de março, a edição
2006 do guia Michelin da França
-o mais importante guia de restaurantes do mundo- teve suas
novidades oficialmente divulgadas nesta semana.
Neste ano há apenas uma promoção ao topo (cotação com três
estrelas, que agora 26 casas no
país ostentam): a do restaurante
Maisons de Bricourt, do chef Olivier Roellinger, na cidade de Cancale -o único três estrelas da região da Bretanha.
Não chega a ser uma surpresa,
pois há anos já era esperado que
Roellinger, habilidoso na manipulação dos famosos frutos do
mar de sua região, atingisse a cotação máxima (ele ganhara a primeira estrela do Michelin em 1984
e detinha duas desde 1988).
Prêmio ao rebelde
Mais curiosidade havia em torno de outra questão: que classificação daria o vetusto guia ao celebrado chef Alain Senderens, que
no ano passado fechara seu restaurante Lucas-Carton (em Paris)
alegando discordar de todo o sistema de premiação dos guias e
"abrira mão" das três estrelas que
ostentava há décadas?
No mesmo lugar, Senderens
inaugurou um restaurante com
seu nome, com pratos mais simples e preços mais baixos, avisando que não queria estrelas. O Michelin ignorou o apelo: deu duas
estrelas a seu novo restaurante. A
mesma cotação ganha outro superchef, Joël Robuchon, que, depois de atingir o ápice (e ser considerado um dos maiores chefs do
século 20), decidira se aposentar.
Nos últimos anos, Robuchon
voltou à cena, com restaurantes
mais despretensiosos, em que ele
sequer fica na cozinha, mas, ainda
assim, um deles -La Table de
Joël Robuchon, em Paris- alcançou as duas estrelas.
Rebaixado
Entre os perdedores, o mais notável é o La Tour d'Argent, monumento (um tanto cansado) da história gastronômica da França.
Com sua vista emocionante da catedral de Notre Dame e seu famoso "pato numerado" (o "canard à
la presse", cujo consumidor, desde 1890, recebe um cartão com o
número do prato -o imperador
japonês Hirohito comeu o de número 53.211 em 1921; Paul
McCartney, o de número
692.048), o restaurante caiu de
duas para uma estrela na edição
2006 do Michelin.
Fundado em 1900, o guia Michelin começou a dar uma estrela
para restaurantes com destaque
em 1926 e criou a classificação até
três estrelas nos anos 30. Atualmente, além dos 26 restaurantes
com três estrelas, 70 ostentam
duas estrelas, e 425, uma. Na última década tem sofrido críticas em
razão de ataques de ex-funcionários ou de erros (como o fato de
ter incluído, no guia Benelux de
2005, um restaurante com uma
estrela que ainda não havia aberto), mas continua a principal referência para os gourmets.
(JM)
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