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Morre Rubens de Falco, vilão de "Escrava Isaura"
Famoso por interpretar Leôncio na novela da Globo de 1976, ator sofreu parada cardíaca após dois anos internado em SP
Divulgação
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O ator paulistano Rubens de Falco com Lucélia Santos, em atuação na novela "Escrava Isaura' (1976)
DA REPORTAGEM LOCAL
Morreu ontem de manhã, em
São Paulo, aos 76 anos, o ator
Rubens de Falco, que inscreveu
o Leôncio Almeida da novela
"Escrava Isaura" (1976), da TV
Globo, na galeria dos grandes
vilões da teledramaturgia brasileira. Internado havia quase
dois anos no Centro Integrado
de Atendimento ao Idoso, no
Morumbi (zona sul), para se recuperar de um AVC (acidente
vascular cerebral), ele sofreu
uma parada cardíaca.
O corpo foi velado no cemitério São Paulo, em Pinheiros
(zona oeste), e o enterro estava
previsto para as 16h de ontem,
no cemitério da Consolação.
O último trabalho de Falco
na televisão foi no remake de
"Escrava Isaura", exibido na
Record em 2004. Aqui, ele interpretou o comendador Almeida, pai de seu personagem
na versão original.
"Estou muito triste, chocada.
Rubens foi dos colegas mais admiráveis que encontrei na vida:
era generoso, talentoso, um
grande ator. Aprendi muito
com ele", disse Lucélia Santos,
que teve o papel-título na "Escrava Isaura" de 1976: o da escrava branca que sofria nas
mãos do filho de seus senhores,
Leôncio (Falco), obcecado por
ela. Primeiro sucesso internacional da Globo, a novela foi
vendida para 40 países.
No cinema, a última aparição
foi em "Fim da Linha", de Gustavo Steinberg, que estréia no
Rio e em São Paulo no próximo
dia 7. Na comédia, ele encarna o
deputado Ernesto Alves, que
desaparece após ganhar na loteria 1.313 vezes.
O personagem é inspirado no
ex-deputado federal João Alves, um dos pivôs do escândalo
dos Anões do Orçamento, no
início da década de 90, que atribuía sua riqueza a vitórias sucessivas na loteria.
"Foi uma honra ter trabalhado com ele. Rubens foi um dos
ícones da minha infância. No
começo [das filmagens de "Fim
da Linha", em 2005], fiquei intimidado pela figura dele. Mas
ele se mostrou supermodesto,
disponível; entregou-se de corpo e alma ao filme", afirmou
Steinberg.
De Sófocles a Gorki
A atriz e diretora Nydia Licia,
que trabalhou com Falco e escreveu uma biografia dele para
a Coleção Aplauso (Imprensa
Oficial do Estado de São Paulo),
conta que o ator estreou no teatro em 1951, com "Ralé", de Máximo Gorki, encenada pelo
Teatro Brasileiro de Comédia
(TBC). Da mesma companhia,
atuou em "Antígona", de Sófocles, e "Os Ossos do Barão", de
Jorge Andrade.
Ainda na década de 50, passou pelo Teatro Íntimo Nicette
Bruno, pelo Arena ("O Prazer
da Honestidade", de Luigi Pirandello), pela companhia de
Nydia e Sérgio Cardoso ("Lampião", de Rachel de Queiroz) e
pelo grupo Os Jograis, com o
qual fez turnês em Portugal e
México. Em 58, fez "Boca de
Ouro", de Nelson Rodrigues.
Nos anos 60, Falco subiu ao
palco em textos de Bertolt
Brecht, Friedrich Dürrenmatt
e outros. Em 71, no Rio, atuou
em "Casa de Bonecas", de Henrik Ibsen.
Outros destaques da carreira
teatral foram "O Monta-Cargas" (82), de Harold Pinter, e
"Péricles" (96), de William Shakespeare. A despedida se deu
em 2004, com "Galeria Metrópole", de Mário Viana.
"Deixa, Amorzinho..."
No cinema, a carreira começou com "Apassionata", em
1952, primeiro de três filmes
nos estúdios Vera Cruz -o
mais bem-sucedido seria "Floradas na Serra", de Luciano Salce, dois anos depois. Nos anos
70, apareceu em comédias eróticas como "Deixa, Amorzinho...Deixa". Em 1981, fez uma
participação no premiado "Pixote: A Lei do Mais Fraco", de
Hector Babenco.
Na televisão, além do Leôncio, criou tipos marcantes nas
novelas "A Sucessora" (1978),
"Gaivotas" (1979), "Gabriela"
(1975) "Os Imigrantes" (1981) e
"Sinhá Moça" (1986).
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