São Paulo, segunda, 23 de fevereiro de 1998

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A PREMIADA
"Somos muito boas", diz Fernanda

do enviado a Berlim

Chegando de três dias de descanso em Praga, a atriz brasileira Fernanda Montenegro, 68, a "escrevedora" de cartas Dora do filme "Central do Brasil", recebeu a notícia de sua premiação por meio de um telefonema do repórter da Folha.
"Vencemos mesmo?", perguntou ela logo ao atender o telefone em seu hotel, preocupada com o sucesso do filme. Foi surpreendida pela informação de que "Central" acumulara dois dos prêmios principais.
Em seguida, Montenegro falou à Folha sobre a importância da conquista. Leia trechos abaixo. (AL)

Folha - Você esperava o prêmio?
Fernanda Montenegro -
Jamais esperava um prêmio para mim, com tantas damas do cinema concorrendo. Esperava para o filme. Seria já um prêmio para todos.
Folha - Como você explica o fato de três atrizes brasileiras terem saído daqui premiadas na última década?
Montenegro -
Nós somos muito boas mesmo. Porque, se não fôssemos, quem nos daria tantos prêmios aqui?
Folha - Você participou dos dois últimos filmes brasileiros vitoriosos em grandes festivais. "Central do Brasil" agora e "Eles Não Usam Black-Tie", de Leon Hirszman, em 1981. Vê semelhanças?
Montenegro -
Eles têm um mundo muito próximo. Primeiro, eu estou em ambos (risos). Segundo, há uma mesma temática social, humanística, sem gorduras. O que diferencia o "Central" é ser um filme mais documental.
Isso no Walter (Salles, o diretor) chega à extrema sofisticação da narrativa com simplicidade. É um filme perfeito na honestidade sem truques.
Folha - Esse foi seu primeiro prêmio internacional como atriz de cinema?
Montenegro -
Não. Ganhei uma vez em Taormina (Itália) com "Tudo Bem" (1977), de Arnaldo Jabor, mas não estava lá.



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