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A PREMIADA
"Somos muito
boas", diz Fernanda
do enviado a Berlim
Chegando de três dias de descanso em Praga, a atriz brasileira Fernanda Montenegro, 68, a "escrevedora" de cartas Dora do filme
"Central do Brasil", recebeu a notícia de sua premiação por meio de
um telefonema do repórter da Folha.
"Vencemos mesmo?", perguntou ela logo ao atender o telefone
em seu hotel, preocupada com o
sucesso do filme. Foi surpreendida
pela informação de que "Central"
acumulara dois dos prêmios principais.
Em seguida, Montenegro falou à
Folha sobre a importância da conquista. Leia trechos abaixo.
(AL)
Folha - Você esperava o prêmio?
Fernanda Montenegro - Jamais
esperava um prêmio para mim,
com tantas damas do cinema concorrendo. Esperava para o filme.
Seria já um prêmio para todos.
Folha - Como você explica o fato
de três atrizes brasileiras terem
saído daqui premiadas na última
década?
Montenegro - Nós somos muito boas mesmo. Porque, se não
fôssemos, quem nos daria tantos
prêmios aqui?
Folha - Você participou dos dois
últimos filmes brasileiros vitoriosos em grandes festivais. "Central
do Brasil" agora e "Eles Não Usam
Black-Tie", de Leon Hirszman, em
1981. Vê semelhanças?
Montenegro - Eles têm um
mundo muito próximo. Primeiro,
eu estou em ambos (risos). Segundo, há uma mesma temática social, humanística, sem gorduras. O
que diferencia o "Central" é ser um
filme mais documental.
Isso no Walter (Salles, o diretor)
chega à extrema sofisticação da
narrativa com simplicidade. É um
filme perfeito na honestidade sem
truques.
Folha - Esse foi seu primeiro prêmio internacional como atriz de cinema?
Montenegro - Não. Ganhei
uma vez em Taormina (Itália) com
"Tudo Bem" (1977), de Arnaldo
Jabor, mas não estava lá.
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