São Paulo, terça-feira, 23 de março de 2010

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Crítica

Scorsese pergunta sobre rumos do cinema

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

O fã dos filmes de Martin Scorsese pode sentir alguma dificuldade diante da opção proposta. À meia-noite, começa no Cinemax "Os Bons Companheiros" (14 anos). Pouco depois (0h15), entra na TNT "Gangues de Nova York" (14 anos).
Dois momentos de Nova York, o século 19 (em "Gangues") e o 20 (em "Bons Companheiros"). Da barbárie ao gangsterismo.
Em "Gangues" o mundo é movido por ódios. Estamos no começo dos anos 2000 também. É como se Scorsese perguntasse que rumo o cinema deve tomar.
Em "Companheiros" tudo é, ao contrário, beleza. O que move os rapazes é a vaidade. O poder se exerce em busca de privilégios. De uma mesa bem colocada na hora do show. Estamos em 1990, e o cinema ainda acredita que o mundo se deixa captar pelo cinema.
Existe ali, ainda, uma felicidade que os anos 00 desconhece: tudo é monstruoso em "Gangues". A questão: e para onde aponta "Ilha do Medo", sua produção recém-lançada?


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