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Ano francês no Brasil tem várias "âncoras"
Presença de nomes famosos como o da atriz Juliette Binoche serve para atrair público
Mas nomes menos conhecidos, como os das artistas plásticas Sophie Calle e Orlan, apresentam obras importantes
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
Nas artes plásticas, Léger,
Matisse e Rodin. Na moda,
Yves Saint-Laurent. Na arquitetura, Le Corbusier. No teatro,
Isabelle Huppert. Na dança,
Juliette Binoche. Na fotografia,
Henri Cartier-Bresson.
Todos esses nomes fazem
parte da programação oficial do
Ano da França no Brasil e suas
participações ocorrem como
âncoras seguras para atrair um
grande público.
Ao mesmo tempo, o programa da temporada francesa,
composto por centenas de
eventos em todo país, inclui
também artistas pouco conhecidos por aqui, mas que já possuem grande inserção internacional. É o caso, por exemplo,
das francesas Orlan e Sophie
Calle, ambas vinculadas às artes plásticas.
Orlan, 64, que já modificou
seu corpo em várias cirurgias
plásticas -atualmente ela parece ter dois chifres acima das
sobrancelhas-, irá participar
de mostra no MAC-USP (Museu de Arte Contemporânea da
Universidade de São Paulo), em
junho. Calle, 56, poderá ser vista com a instalação "Cuide de
Você" ("Prenez Soin de Vous"),
exibida no pavilhão da França,
na Bienal de Veneza de 2007.
Programada para o Sesc
Pompeia, em São Paulo, e o
Museu de Arte Moderna da Bahia, em Salvador, a instalação é
composta por dezenas de interpretações em vídeo de uma carta que a artista recebeu de um
ex-namorado -justamente a
que acabava com a relação.
A programação busca ressaltar a cultura francesa em suas
várias facetas. No entanto, não
deixa de ser curioso que uma
das grandes mostras abertas
nesta semana e inseridas na
programação do ano da França
perdeu seu vínculo com o país.
"Olhar e Fingir: Fotografias da
Coleção Auer", com cerca de
290 imagens da coleção do casal que vive na Suíça, Michel e
Michèle Auer, aberta ontem no
Museu de Arte Moderna de São
Paulo, foi incluída na programação pois o imenso acervo
passaria a ser guardado em
Montpellier, na França, num
museu construído especialmente para esse fim.
Entretanto, em razão dos altos impostos, o casal decidiu
não mais ceder a coleção ao
país, numa situação semelhante à do colecionador francês
François Pinaud, que transferiu parte de sua coleção para
Veneza, na Itália.
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