São Paulo, quinta-feira, 23 de abril de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ano francês no Brasil tem várias "âncoras"

Presença de nomes famosos como o da atriz Juliette Binoche serve para atrair público

Mas nomes menos conhecidos, como os das artistas plásticas Sophie Calle e Orlan, apresentam obras importantes


FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Nas artes plásticas, Léger, Matisse e Rodin. Na moda, Yves Saint-Laurent. Na arquitetura, Le Corbusier. No teatro, Isabelle Huppert. Na dança, Juliette Binoche. Na fotografia, Henri Cartier-Bresson.
Todos esses nomes fazem parte da programação oficial do Ano da França no Brasil e suas participações ocorrem como âncoras seguras para atrair um grande público.
Ao mesmo tempo, o programa da temporada francesa, composto por centenas de eventos em todo país, inclui também artistas pouco conhecidos por aqui, mas que já possuem grande inserção internacional. É o caso, por exemplo, das francesas Orlan e Sophie Calle, ambas vinculadas às artes plásticas.
Orlan, 64, que já modificou seu corpo em várias cirurgias plásticas -atualmente ela parece ter dois chifres acima das sobrancelhas-, irá participar de mostra no MAC-USP (Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo), em junho. Calle, 56, poderá ser vista com a instalação "Cuide de Você" ("Prenez Soin de Vous"), exibida no pavilhão da França, na Bienal de Veneza de 2007.
Programada para o Sesc Pompeia, em São Paulo, e o Museu de Arte Moderna da Bahia, em Salvador, a instalação é composta por dezenas de interpretações em vídeo de uma carta que a artista recebeu de um ex-namorado -justamente a que acabava com a relação.
A programação busca ressaltar a cultura francesa em suas várias facetas. No entanto, não deixa de ser curioso que uma das grandes mostras abertas nesta semana e inseridas na programação do ano da França perdeu seu vínculo com o país. "Olhar e Fingir: Fotografias da Coleção Auer", com cerca de 290 imagens da coleção do casal que vive na Suíça, Michel e Michèle Auer, aberta ontem no Museu de Arte Moderna de São Paulo, foi incluída na programação pois o imenso acervo passaria a ser guardado em Montpellier, na França, num museu construído especialmente para esse fim.
Entretanto, em razão dos altos impostos, o casal decidiu não mais ceder a coleção ao país, numa situação semelhante à do colecionador francês François Pinaud, que transferiu parte de sua coleção para Veneza, na Itália.


Texto Anterior: França na tela
Próximo Texto: Exposição exibe flagrante fotográfico que cria "esculturas" no museu do Louvre
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.