|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
COMIDA
Crítica
Sergio Arno se lança à cozinha francesa com bistrô de menu tradicional e acessível
JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA
Sergio Arno volta a fazer
uma de suas especialidades: plantar restaurantes (algo a que muitos grandes
chefs no mundo agora se dedicam). E dessa vez um restaurante que foge ao seu perfil italiano: o Franciacorta, bistrô
francês de cardápio tradicional.
Chef consagrado, Arno, 48,
tem como bandeira o restaurante La Vecchia Cucina -que
marcou época ao abrir em São
Paulo, há duas décadas, trazendo a moderna cozinha italiana,
e onde até hoje o chef mantém a
rotina de renovar incessantemente os cardápios. Mas, à parte a atuação como criador de
pratos, chama a atenção seu tino em abrir restaurantes, que
depois, apoiados em sócios empreendedores ou franqueados,
ganham voo em várias cidades
-o exemplo é o La Pasta Gialla.
O Franciacorta vai na mesma
linha desse último: representar
uma alternativa mais barata do
que a da alta gastronomia e,
com isso, angariar altas doses
de público. Inaugurado há um
mês, tem na sociedade um franqueador do La Pasta Gialla,
Paulo Baroni, e o investidor
Dráuzio Barreto.
O foco na cozinha francesa é
muito atraente, numa cidade
onde há boas, mas poucas, alternativas para se experimentar os clássicos de bistrô. Aqui,
não faltam itens como escargots com molho de alho, manteiga e salsinha, os rins de vitelo
com mostarda à l'ancienne, o
coq au vin ou o boeuf bourguignon.
No departamento das carnes,
aliás, a carta não se restringe ao
filé mignon: há opções mais saborosas, como o contrafilé (ao
molho de vinho tinto, ao molho
béarnaise) e o miolo de alcatra
(ao roquefort). Mas chamam a
atenção o pernil de cordeiro assado por sete horas e o cabrito
(de produção própria) ao vinho
branco e ervas.
Saladas como a niçoise (mas
com atum fresco grelhado, para
desespero dos puristas que preferem, sim, o atum em conserva
nesta receita); e peixes como o
linguado à bonne femme (com
vinho branco e cogumelos) ladeiam alguns pratos de nacionalidade alternativa, como o
polvo à galega e alguns risotos e
massas. Sobremesas clássicas:
baba ao rum e ovos nevados
(aqui servidos com baba-de-moça). Tudo saboroso, feito
conforme o figurino, e pronto
para se multiplicar.
josimar@basilico.com.br
Texto Anterior: Comida: Na ponta de faca Próximo Texto: Comida/Bom e barato: Le Petit Gourmet busca a união de paladar e saúde Índice
|