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Crítica
Peckimpah enfatiza o ocaso do Velho Oeste
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
É o Velho Oeste que chega ao fim em "Pistoleiros do Entardecer" (TCM, 1h45; 12 anos), o segundo filme de Sam Peckimpah, feito em 1962.
E, não por acaso, o estrelato caberá a dois velhos pistoleiros, os atores Joel McCrea e Randolph Scott.
O primeiro, empobrecido, consegue um trabalho: escoltar um carregamento de ouro. Inadvertidamente, convoca para ajudá-lo o velho amigo Scott, que se mostrará, na verdade, um solene traidor.
É uma velha história, quando se trata de faroeste. No entanto, fazer do velho novo é a virtude dos bons cineastas e é o que Peckimpah fez aqui.
Ele coloca ênfase na ideia de entardecer, de fim de ciclo, que coincide também com a velhice dos pistoleiros, com a pouca utilidade que seus dons passam a ter numa sociedade que se transforma rapidamente (na virada para o século 20).
A rigor, a poética traição do parceiro por Randolph Scott parece querer dizer o seguinte: o que temos nós a fazer no mundo, a não ser enfrentarmos um ao outro?
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