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São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 2003

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"Minha obra está ficando cada vez melhor", diz Lee

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Leia a continuação da entrevista com o diretor Spike Lee.
 

Folha - Por que você decidiu contar essa história?
Spike Lee -
Recebi o roteiro pelo meu agente e adorei, é a história mais comum do mundo. Mas essa história, de um cara que cometeu o erro terrível de virar um traficante e ser pego, então tem de enfrentar as pessoas de que mais gosta e se despedir da vida que leva para passar sete anos na cadeia, me emocionou muito. É também a história de um cara que percebe que desperdiçou o potencial que tinha e vai ser punido por isso.

Folha - Barry Pepper, o ator que interpreta um corretor da Bolsa de Nova York, passou um mês grudado no seu corretor de valores para aprender a agir como um. Você sempre exige que seus atores façam tanto laboratório assim?
Lee -
Barry interpreta um tipo muito específico de pessoa que acho que só existe na Bolsa de Valores de Nova York. Meu corretor faz uma ponta no filme, como o chefe do personagem de Barry. Ele é uma lenda em Wall Street, sabe tudo sobre mercado de ações, levou Barry a esse mundo.

Folha - Os outros dois atores principais também fizeram coisas semelhantes?
Lee -
Acho que o Edward conversou com alguns traficantes. Na verdade, alguns ex-traficantes, com quem entrou em contato por um advogado que os defendia.

Folha - Algum motivo especial o motivou a voltar a filmar uma história com mais brancos do que negros (assim como "O Verão de Sam", que tinha John Leguizamo no papel principal)?
Lee -
Não, apenas uma boa história e a vontade de trabalhar com Edward Norton.

Folha - Como você acha que sua obra está enfrentando o passar do tempo?
Lee -
Acho que está ficando cada vez melhor. Este é meu 16º filme em 17 anos, mas até hoje tenho orgulho dos primeiros, e "Faça a Coisa Certa" foi incluído numa lista dos cem filmes mais importantes da história e eu fiquei contente como se tivesse ganhado algum dinheiro com isso (risos).


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