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PRIMEIRA-FILHA
Lurian, os peixes e as maçãs
Única filha mulher do presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
Lurian, 29, virou o símbolo do
Fome Zero em Florianópolis,
Santa Catarina, onde mora. Casada e mãe de Maria Beatriz, 8,
Lurian trabalha na ONG Rede
13 e vive sendo procurada por
associações e empresas interessadas em fazer doações ao governo. Na quarta, ela conversou rapidamente com a coluna,
pelo telefone celular. Falou um
pouco sobre suas atividades e a
vida de "primeira-filha":
Folha - Você está trabalhando no
Fome Zero?
Lurian - Sou diretora de projetos sociais de uma ONG, e ela faz
parte da articulação do Fome Zero. A gente tem ido para os municípios conversar, mais com a sociedade civil.
Folha - Você representa o governo?
Lurian - As pessoas interpretam
dessa forma, né? Mas eu não estou representando ninguém, eu
estou representando a ONG. A
Prefeitura de São Joaquim (SC),
por exemplo, quis doar cem toneladas de maçãs para o Fome
Zero. Eu entrei em contato com a
Conab para alguém ir lá receber a
doação. Eu não poderia assumir
a responsabilidade pelo governo
de receber quase 1 milhão de maçãs e distribuir.
Folha - A ONG vai receber o selo
de parceira do Fome Zero?
Lurian - Vai. Na Semana Santa,
por exemplo, uma indústria de
pesca nos procurou para doar
dez toneladas de peixe. Aí a gente
pensou: como distribuir? Porque
peixe é alimento perecível. Um
alimento que estrague na nossa
mão, a responsabilidade é em
dobro para a gente, né? Imagina... Aí procuramos o serviço social municipal de Blumenau, associações em Itapema e Itajaí para verem como armazenar e distribuir.
Folha - A sua vida mudou muito
depois da eleição do Lula, seu pai,
à Presidência?
Lurian - Continua igual.
Folha - Outro dia encontrei seu
irmão, Sandro, no show do Gilberto Gil, e ele estava cercado por
seguranças.
Lurian - É, não tem como abrir
mão disso. A família toda tem
[segurança]. Mas a vida continua normal, todo mundo trabalhando.
Folha - E para Brasília, você tem
ido?
Lurian - Não. Normalmente eu
tenho reunião de fim de semana
aqui, e estou estudando.
Folha - Estudando o quê?
Lurian - Idioma. Estudo espanhol no Senac, e minha aula é
bem no sábado. Então normalmente fim de semana eu fico
aqui. E estou fazendo inglês
também.
Folha - Mas você já visitou seu
pai em Brasília?
Lurian - Já, lógico. Só não tenho ido com frequência.
Folha - E você gosta de Brasília?
Lurian - Eu prefiro aqui. Porque em Brasília a gente acaba ficando mais em casa. Aqui não.
Aqui eu saio, faço tudo o que eu
tenho que fazer.
Folha - E para falar com seu pai,
ficou mais difícil?
Lurian - Ficou mais difícil, mas
eu falo. Eu ligo, deixo recado, e
na hora que pode ele me dá retorno.
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