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Crítica
Diretor explicita obsessão por Welles no Brasil
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Em seu último filme, o diretor Rogério Sganzerla retomou
uma velha obsessão: a passagem de Orson Welles pelo Brasil. Ninguém foi ao cinema ver
"O Signo do Caos" (Canal
Brasil, 0h30), no entanto.
Em parte, isso pode ser creditado ao tipo de trabalho de
Sganzerla. Ele nem se dá ao trabalho de explicar que Welles
esteve no Brasil nos anos 40,
que seu filme foi interrompido,
que em parte isso se deveu a
pressões do governo, por conta
de ele filmar o que bem entendia, e não o que o Brasil queria
mostrar de si etc.
Mas, se não explica bem explicadinho, se dedica boa parte
do filme à cena (fictícia) em
que dois censores jogam os negativos na baía da Guanabara
(já se sabia que isso nunca
aconteceu, os negativos foram
reencontrados nos Estados
Unidos), é porque Rogério tinha outra questão.
Era: se Welles, que era Welles, afundou-se no Brasil, que
dirá nós outros? O signo é esse:
o traço negativo, a impossibilidade da obra (de um talento incomum, como era Sganzerla).
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