São Paulo, segunda, 23 de junho de 1997.



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CINEMA
O quarto filme da série deve estrear no Brasil dia 4 de julho protagonizado por George Clooney e Chris O'Donnell
"Batman & Robin" opta pelo público

ADRIANE GRAU
em Los Angeles

Se Batman soubesse que o diretor Joel Schumacher um dia iria reinventá-lo, jamais pensaria em se aposentar. Nas mãos do ex-figurinista e criativo diretor, o herói criado há quase 60 anos pelo quadrinista Bob Kane fica cada vez mais sensual e bonitão.
Para fazer "Batman & Robin", que deve estrear no Brasil dia 4 de julho, Schumacher dispensou Val Kilmer e colocou George Clooney (da série de televisão "E. R" e do filme "Um Dia Especial") na roupa de borracha do homem-morcego. Com isso, o super-herói ficou mais humano.
"Tivemos 60 anos de um Batman quase narcisista, auto-absorvido, e eu queria evoluir para um Batman mais leve", explica o diretor, que deve visitar o Brasil no final deste mês acompanhado de Chris O'Donnell, o Robin. "Chega de ficar lamentando a morte dos pais", completa Schumacher.
Gotham City também está mais leve neste filme. "A idéia é mostrar que Gotham tem futuro e não que vai desaparecer do mapa", explica o supervisor de efeitos especiais John Dykstra. "Queremos tornar o filme mais próximo do público."
O público jovem que compareceu a um cinema nas imediações da UCLA (Universidade da Califórnia), em Los Angeles, para ter suas reações analisadas pelo estúdio, não deixa dúvidas sobre o que gosta de ver na tela.
Logo no início do filme, quando closes do peito e do traseiro de Batman e de Robin aparecem superampliados, a sala é invadida por berros e assobios. As entradas em cena de Uma Thurman, como Hera Venenosa, e Alicia Silverstone, como a sobrinha do mordomo que vira Batgirl, também causam frisson. "Não é sexualidade pura", diz o produtor Peter MacGregor-Scott. "É apenas sexualidade de verão mostrar as 'bat-bundas' e as garotas."
"Gosto de saber que eles se animam tanto, mas, por outro lado, é ruim, pois não há como escutar algumas partes dos diálogos", pensa Schumacher. "Eu estava sentado perto da porta, onde fico sempre, com medo que eles viessem me pegar se não gostassem do filme. Mas pelo jeito adoraram."
Como o novo Batman, George Clooney não acha que o apelo junto ao público é apenas sexual. "O filme tem que agradar desde adolescentes até aposentados, passando pelo pai que vai ao cinema com os filhos", diz ele. "Acho que Batman, estando mais humanizado, passa excelente valores de família, ao mostrar sua dor e o medo de perder o mordomo Alfred que o criou."
Os figurinos da dupla ganharam tom azul bem escuro, quase negro desta vez. Inteiramente de borracha, os trajes foram novamente desaprovados pelos atores em termos de conforto. "O meu ficou até pior, pois agora tem algo que me prende no pescoço também", diz Chris O'Donnell. "Mas a cada vez que eu e George pensávamos em reclamar, olhávamos para Arnold com seus 30 kg de luzes e cara pintada de azul e percebíamos que até tínhamos nos dado bem."
Os jovens Chris O'Donnell e Alicia Silverstone se unem como Robin e Batgirl. A atriz, que foi criticada pelo excesso de peso durante as filmagens, afirma que não está nem aí para os comentários. "A imprensa que gera tais críticas não me machuca em nada, eles machucam suas próprias filhas, as filhas delas e suas netas, pois não é uma boa mensagem a que estão espalhando."
"Peso não é importante, pois é a Batgirl, não a 'bat-gatinha'. Ela não sai por aí seduzindo caras e sim lutando ao lado de Batman e Robin", completa ela, que já reconquistou a forma física anterior.





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