São Paulo, sexta-feira, 23 de junho de 2000


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FILMES - INÁCIO ARAÚJO

O Bagunceiro Arrumadinho
Rede TV!, 13h.
(The Disorderly Orderly). EUA, 1964, 89 min. Direção: Frank Tashlin. Com Jerry Lewis, Glenda Farrell. Jerry é o enfermeiro caótico de um hospital. Na verdade, sua disfunção é amorosa, o que vem na linha dos trabalhos da dupla Lewis/Tashlin: o desajustado social, aquele que não consegue triunfar nesse mundo de "winners" e seu herói. Grande comédia.

Um Casal Perfeito
Bandeirantes, 13h.
(A Perfect Couple). EUA, 1979, 105 min. Direção: Robert Altman. Com Paul Dooley, Marta Heflin, Titos Vandi. Alex (Dooley), homem de meia-idade devidamente reprimido pela família, usa serviço de encontros matrimoniais, por meio do qual inicia um difícil romance com Sheila (Heflin), jovem cantora de rock. Altman observa a família com crueldade, à maneira de "Cenas de um Casamento". Não é um de seus filmes principais, mas ainda assim fica bem acima da média.

A Vida com Mikey
SBT, 14h15.
(Life with Mikey). EUA, 1993, 103 min. Direção: James Lapine. Com Michael J. Fox, Cindy Lauper. Michael, ex-estrela infantil, hoje agente, garimpa em busca de nova estrela infantil. Comédia.

Loucademia de Polícia 2 - Primeira Missão
Globo, 15h45.
(Police Academy 2 - Their First Assignment). EUA, 1985, 88 min. Direção: Jerry Paris. Com Steve Guttenberg, Bubba Smith, Michael Winslow. Os jovens cadetes de polícia, após árduo treinamento, são designados para sua primeira missão. Burlesco precário.

Pisando na Bola
SBT, 22h.
(The Big Green). EUA, 1995, 100 min. Direção: Holly Goldberg Sloan. Com Steve Guttenberg, Olivia D'Abo, Jay Sanders. Professora chega a cidade do Texas e assume alunos bagunceiros e com autoconfiança mínima. Ela descobrirá a maneira de motivá-los: pelo esporte, claro. Pisando na bola é a palavra. Disney. Inédito.

Filadélfia
Record, 22h15.
(Philadelphia). EUA, 1993, 125 min. Direção: Jonathan Demme. Com Tom Hanks, Denzel Washington, Antonio Banderas. Ao fazer o primeiro filme de ficção decente sobre Aids, Demme entregou-se a uma operação diplomática: mostrar a doença e a intolerância que a acompanha sem chocar e sem fugir a um olhar realista. Filme bom e eficaz que gira em torno de um advogado brilhante (Hanks) que outro advogado (Washington), este obscuro, ajudará no processo que move contra o poderoso escritório de onde Hanks foi despedido por estar com Aids. A ver.

Intercine
Globo, 1h45.
A sessão interativa exibe hoje "Jade" (1995, de William Friedkin, com David Caruso, Linda Friorentino) ou "A Última Festa de Solteiro" (1984, de Neal Israel, com Tom Hanks, Tawny Kitaen).

Anastácia, a Princesa Esquecida
Globo, 3h50.
(Anastasia). EUA, 1956, 105 min. Direção: Anatole Litvak. Com Ingrid Bergman, Yul Brynner, Helen Hayes, Akim Tamiroff. Em 1928, grupo de exilados em Paris desencava Anastácia, filha do czar, que teria sido executada durante a Revolução Russa. Na verdade, trata-se de uma farsa em que Ingrid Bergman se mete por amor. O interesse vem basicamente de Bergman, sobretudo porque este filme marca seu retorno a Hollywood, após o casamento com o cineasta italiano Roberto Rossellini. Pobre Ingrid: saiu de Hollywood levada por idealismo neo-realista e voltou fazendo um filme frouxo.

TV PAGA
John M. Stahl e seu melô tempestuoso

DA REDAÇÃO

John M. Stahl, cineasta muito pouco conhecido entre nós, mestre do melodrama desde os anos 20, assina o inusitado "Amar Foi Minha Ruína" (Telecine 5, 20h), em que Gene Tierney é uma mulher possuída por ciúmes tão intensos que pode, só por isso, pôr sua vida a perder.
É, como escreveu um crítico, a alucinante hipótese de estar a um passo da felicidade e não poder dar esse passo, vencer seu imaginário, que move esse filme tempestuoso, febril.
A personagem não reconhece outra instância, outro mundo, que o de seus sentimentos.
Levá-la do meramente alienado para o alucinado, nisso consiste a arte delicada de Stahl. (IA)



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