São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ARTES PLÁSTICAS

Artista carioca apresenta três esculturas inéditas na cidade

Felix lança livro em mostra no MAM

DA REPORTAGEM LOCAL

Não é todo dia que se vê um Nelson Felix por aí. Não porque o artista carioca participe de poucas exposições, mas porque em sua produção há trabalhos realizados em locais inacessíveis, como o "Grande Budha", no qual ele cercou com ganchos de ferro uma árvore na floresta amazônica.
Essa obra "invisível" está registrada em "Trilogias - Conversas entre Nelson Felix e Gloria Ferreira, 1999-2004" (ed. Pinakothek; 296 págs.; R$ 125), que será lançado com a mostra "Trilogias", inaugurada hoje no MAM-SP.
"Foram cinco anos de conversa. A Glorinha conseguiu pegar as três fases do meu processo de criação: o trabalho na cabeça, a obra sendo feita e a reflexão depois de ela estar pronta", diz Felix.
É a terceira publicação dedicada à obra do artista e a que ele considera a mais completa. O livro é organizado pelas datas das entrevistas e traz também textos críticos, além de registros fotográficos.
A exposição apresenta três esculturas inéditas na cidade. Bastante emblemáticas de sua produção, as peças usam o mármore de Carrara em jogos que misturam formas orgânicas (a do osso do calcanhar) e linhas retas em ferro.
Na entrada, uma pequena peça branca e arredondada sustenta uma das pontas de um pesado cubo de ferro. Ao lado, um monolito de quatro toneladas repete as curvas do calcanhar menor.
A tensão entre o mínimo e o máximo repete-se na escultura maior, que ocupa quase toda a sala Paulo Figueiredo.
São várias estruturas vazadas, esculpidas na pedra, dispostas em formato de "L". Uma dessas peças é atravessada por uma viga de ferro presa a uma das paredes.
"O mármore faz parte de uma tradição artística; se fosse pintor, eu pintaria a óleo", compara.
O peso dessa tradição deve estar também nas obras dele que participarão de uma coletiva de artistas brasileiros em Paris, em julho. Já as dormideiras, plantas sensíveis ao toque que ele costuma usar em seus trabalhos, serão usadas em um grande tapete que ele mostra na próxima Bienal do Mercosul. Serão 10 mil mudas da planta e no meio delas haverá uma pedra preciosa, um rubi.
(TEREZA NOVAES)


Nelson Felix
Quando:
a partir de amanhã de ter. a dom., das 10h às 18h; até 23/8
Onde: MAM (parque Ibirapuera, portão 3, tel. 0/xx/11/5549-9688)
Quanto: R$ 5,50 (estudantes pagam meia-entrada)


Texto Anterior: Clube de São Paulo abre noite para "iDJs" com seus tocadores de MP3
Próximo Texto: Exposição: Aldemir Martins ganha retrospectiva no Masp
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.