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Câncer de Leandro amedronta doentes
AURELIANO BIANCARELLI
da Reportagem Local
As notícias desanimadoras sobre
o quadro de saúde do cantor sertanejo Leandro estão provocando
medo e desânimo entre os doentes
de câncer. Do ponto de vista médico, tais sentimentos só trazem prejuízos ao tratamento, afirmam os
especialistas.
Não se trata de fechar os olhos e
tentar ignorar o que está acontecendo, mas de pensar que "cada
caso é um caso e que a evolução é
diferente mesmo quando o diagnóstico é o mesmo", afirma Sérgio Simon, oncologista do Hospital Albert Einstein.
O médico disse que, ainda ontem, recebeu telefonemas de dois
pacientes que disseram estar com
medo de morrer e que estavam
aflitos com sintomas imaginários.
Os dois falaram de Leandro.
"O paciente precisa entender
que há sempre pessoas morrendo
de câncer e que o caso dos outros
não se aplica a ele", diz Simon.
Quando está desanimado e desmotivado, o doente não segue o
tratamento e foge dos exames.
No Cora -Centro Oncológico
de Recuperação e Apoio-, os aspectos psicológicos do paciente
com câncer são vistos como fundamentais. Pacientes e ex-pacientes se reúnem em psicoterapia e
relatam suas próprias experiências. "As pessoas passam a lidar
com sua doença e com seus problemas existenciais", afirma Guacira Mesquita Queiróz, uma das
psicólogas do Cora.
Muitas vezes o grupo ouve relatos de pacientes terminais, nos
quais a preocupação não é uma
cura impossível, mas uma melhor
qualidade de vida. "Ao conhecer
melhor a doença, as pessoas
aprendem os sinais de seu próprio
corpo e passam a questionar mais
seus médicos", diz Guacira.
A ex-paciente Jurema Franco,
psicóloga do Cora que trabalha
com crianças, diz que os familiares
e os doentes adultos ficam desesperançados diante de notícias como a de Leandro. "Há sempre
uma queda na confiança, mas é
preciso lembrar que não há razão
para medo quando o tratamento
vem sendo feito corretamente."
O comerciante Eurides Natalim,
de Americana, curou-se de um
câncer há dois anos e vem acompanhando o caso de Leandro. "Há
sempre um medo de que tudo recomece, mas o importante é não
perder a fé", aconselha.
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