São Paulo, Sexta-feira, 23 de Julho de 1999
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MUNDO GOURMET
O jeito argentino

Daniel Guimarães/Folha Imagem
Bife e salada compõem prato do Parrilla Puerto madero


JOSIMAR MELO
Colunista da Folha

Como aconteceu com as cantinas italianas, o churrasco argentino a parrilla começa também a gerar filhotes pela cidade.
Serve como exemplo o Parrilla Puerto Madero. É uma espécie de herdeiro da Parrilla Argentina, o simpático restaurante-terraço do bairro do Jabaquara. E não único herdeiro, diga-se, pois um ex-proprietário da casa tem hoje outro endereço, o La Boca, em Moema, que repete a mesma tradição.
O ponto abriu no início do ano passado, fundado por dois sócios, Valdir dos Santos, 41, e André Luiz Paiva, 33, ambos de São Paulo.

Caráter argentino
Mas ganhou o nome atual e seu caráter argentino com a entrada, três meses depois, do sócio José Carlos da Silva, 52. Ele trouxe a experiência de churrasqueiro de sua terra, Presidente Prudente (SP), e especialmente o aprendizado adquirido no Parrilla Argentina, do qual foi gerente desde 97.
Apesar da familiaridade com o churrasco, prato tradicional brasileiro popularizado pelos gaúchos, nem todos no Brasil conhecem o jeito de churrasquear do vizinhos argentinos.
Eles também fazem o fogo de chão, espetando no solo grandes espetos oblíquos com peças enormes do boi. Mas a tradição urbana, tanto aqui quanto lá, tende para os churrascos preparados mais confortavelmente na grelha.

Derivados
Aí terminam as semelhanças, como se pode verificar no Puerto Madero. Os argentinos usam, como grelha, canaletas de altura variável e, principalmente, fazem sua parrilla utilizando uma infinidade de partes ou derivados do boi que aqui não são tão populares. Na verdade, alguns deles, como os testículos, chegam a provocar engulhos nos paladares menos versáteis.
Nem tudo isso pode se encontrar diariamente na Puerto Madero. Mas costuma haver morcella (linguiça de sangue), chinchulin (intestino), molleja (timo), sempre grelhados, como a carne de novilho argentino: bife de chorizo, t-bone sem o osso, assado de tira (costela), além da boa costelinha de porco, também em tira.


Cotação: $$ Avaliação: regular


Restaurante: Parrilla Puerto Madero
Onde: av. Juriti, 78 (Moema, zona sudoeste de São Paulo), tel. 0/xx/11/5051-1628
Quando: de segunda a sexta, das 12h às 15h30 e das 19h às 23h30; aos sábados, das 12h às 23h30; aos domingos, das 12h às 17h
Ambiente: a espera é no bar virado para o lava-rápido; as mesas ficam numa varanda informal
Serviço: um pouco afobado, mas vai
Cozinha: correta parrilla argentina
Estacionamento: com manobrista (gratuito)
Cartão: nenhum
Quanto: entradas, R$ 2 a R$ 9; saladas, R$ 7,90 a R$ 14,50; grelhados, R$ 9,90 a R$ 26; acompanhamentos, R$ 3,90 a R$ 5,90; sobremesas, R$ 3,50 a R$ 8,90



Cotação: $ (até R$ 22); $$ (R$ 22,01 a R$ 42); $$$ (de R$ 42,01 a R$ 62); $$$$ (acima de R$ 62). Avaliação: excelente (   ); ótimo (  ); bom ( ); regular (sem estrela)
NOTA

Cumbre
Terminou sexta-feira o evento "Cumbre Gastronómica", uma semana de jantares preparados por chefs de cozinha chilenos no hotel Portillo, sede da aprazível e tradicional estação de esqui incrustada nos Andes, quase na fronteira da Argentina.
O desempenho foi desigual, oscilando entre as fracas noites italiana e espanhola e a curiosa cozinha peruana, passando pela mediana japonesa e a correta noite do próprio hotel, de cozinha internacional.


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