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ESTRÉIA
"Tub Tales" conta histórias de passageiros
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO
Uma atraente garota, com generosos decotes, pega um trem lotado e atrai a atenção de um homem
bem mais velho. Ele disfarça a
princípio, mas não consegue esconder uma indiscreta excitação.
Tenso, tenta ignorar as risadas
dos outros passageiros.
Ela gosta da brincadeira e se insinua ainda mais. Todos são anônimos naquele trem, e milhares
de pessoas circulam nele. Quando
sair do vagão, ela nunca mais verá
tais pessoas. Essa é a história de
"Horny" (Excitado), um dos episódios de "Tub Tales", que estréia
hoje no Cinemax.
Feito em 1999, "Tub Tales" é
composto por nove histórias, de
sete minutos em média, que têm o
metrô de Londres como cenário.
Segundo anunciado na época, as
histórias foram selecionadas através de um concurso da revista
"Time Out", que pedia para seus
leitores enviarem suas histórias
(reais) acontecidas no metrô. As
melhores foram transformadas
neste filme, que marca a estréia de
atores britânicos na direção.
Ewan McGregor, ator de
"Trainspotting" (1996), dirige o
fraco "Bone" -conto sobre uma
paixão platônica; em "My Father
the Liar", Bob Hoskins relata um
caso de suicídio, enquanto o poético e tedioso "A Bird in the
Hand" tem direção de Jude Law.
A premissa é mais interessante
do que o resultado, afinal o ato de
pegar o metrô rende inúmeras
possibilidades, nem sempre bem
transpostas para o cinema. Estão
ali o anonimato, vidas que iremos
compartilhar por alguns minutos
e suas histórias inusitadas.
Os melhores episódios são os
que não se prendem à mera reprodução. Há a opção pelo surrealismo bizarro e grotesco do extinto grupo inglês Monty Python
em "Mouth", que mostra uma
mulher que entra e desperta sonhos nos outros passageiros.
Em "Steal Away", história de redenção e pecado, um casal de ladrões encontra religiosos que fazem sermão em um vagão, e "Rosebud" investe em uma atmosfera
onírica para contar as aventuras
de uma menina que se perde da
mãe no metrô.
TUB TALES. Quando: hoje, às 22h, no
Cinemax.
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