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CINEMA
Começa em janeiro produção de "O Segredo de Galileo", que deve envolver 50 profissionais em trabalho à distância
Cineasta produz longa pela Internet 2
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
Autor de "Cassiopeia" -primeiro longa-metragem brasileiro
integralmente produzido em
computador-, o cineasta Clóvis
Vieira, 48, prepara agora "O Segredo de Galileo".
E assume outro desafio inédito:
o filme será elaborado por núcleos de animadores que trabalharão à distância, comunicando-se pela Internet 2, rede de alta velocidade que interliga instituições
de ensino e pesquisa.
Do Senac Vila Nova, Vieira
coordenará a execução dos 80 minutos da produção, que poderá
ser acompanhada passo a passo
por usuários da Internet convencional, no site www.cassiopeia.com.br. Estão confirmados
no projeto os núcleos de animação da Universidade Federal da
Paraíba e do Instituto de Tecnologia Avançada de Ensino da Faculdade Domus, de São Paulo. Negociam sua participação equipes
da Unicamp e da Escola de Comunicações e Artes da USP.
O roteiro de "O Segredo de Galileo", também assinado por
Vieira, retoma personagens de
"Cassiopeia" em torno de um
planeta ainda sem nome. "Não é
necessariamente uma sequência", diz o cineasta.
O personagem-título é um
cientista cujos conhecimentos
são utilizados para a produção
de armas, mesmo em desacordo
com a sua vontade. Quando a estabilidade do universo fica
ameaçada por uma arma poderosíssima -o tal segredo de Galileo- uma missão intergaláctica tenta remendar a situação.
"O filme tem uma mensagem
de não-violência e de boa utilização da ciência", diz Vieira. "Meu
cinema não é industrial, é de autor. A tecnologia é apenas um
instrumento."
O cineasta e suas equipes de
animadores trabalharão em
computadores Pentium 4, que
devem ser lançados no país até o
final deste ano. Um recurso 30
vezes mais veloz que o utilizado
na realização do anterior "Cassiopeia".
A produção de "O Segredo de
Galileo" -orçada em R$ 2,4 milhões- terá início em janeiro do
próximo ano (aliás, século). E a
previsão é de que o filme esteja
concluído em dois anos e meio.
"Cassiopeia" consumiu quatro
anos de trabalho de Vieira e de
outros 12 animadores, a partir de
1992. Desta vez, o cineasta estima
contar com equipe de "pelo menos 50 profissionais".
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