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Discos de turnês trazem lembranças
especial para a Folha, em Toronto
Mick Jagger diz que nunca ouve
um disco dos Rolling Stones depois que ele está pronto. Por isso,
não pode comparar "No Security"
com outros álbuns ao vivo da banda. Ainda assim, ele garante que o
novo disco está entre os melhores
registros de turnês dos Stones. "O
som ficou ao mesmo tempo agradável e pesado", afirma.
Ao contrário de Richards, Jagger
preferiu uma garrafa de Evian a
um copo de uísque. "Muitas vezes
tenho vontade de beber enquanto
estou trabalhando. Mas eu tenho
de escolher: ou eu bebo ou eu trabalho, porque já não posso fazer as
duas coisas ao mesmo tempo. Portanto, não tenho escolha", disse à
Folha na entrevista a seguir.
Folha - O lançamento de mais um
disco ao vivo foi uma decisão artística ou comercial?
Mick Jagger - Se a decisão tivesse
sido comercial, poderíamos ter escolhido músicas famosas. Nossa
idéia era apenas revisitar algumas
músicas que não gravamos ao vivo
há quase 20 anos e outras que só
entraram em discos de estúdio.
Folha - Você acredita que as turnês viraram um conceito mais importante que os discos?
Jagger - Eu diria que são conceitos complementares. O que mais
gosto nos álbuns gravados em turnês são as lembranças que eles evocam, dos lugares onde passamos,
dos shows que fizemos.
Folha - Mas geralmente as bandas têm muito menos controle sobre um álbum ao vivo.
Jagger - Sim, por isso a gente deixou muita coisa na mão do engenheiro de som e do produtor, porque a banda estava na estrada durante a realização do disco. Eu só
escolhi o repertório e o melhor take de cada música. Mas acho que
eles fizeram um grande trabalho.
Além disso, acho que o disco está
bem variado, com vozes como as
de Dave Mathews e Taj Mahal.
Folha - Além do repertório e das
participações especiais, sobrou algo de novo em "No Security" se
comparado aos outros seis discos
ao vivo dos Stones?
Jagger - Não sei te dizer porque
eu não lembro muita coisa dos outros discos ao vivo. Para falar a verdade, eu nunca ouço um disco dos
Stones depois de pronto.
Folha - Que lembranças você
guarda dos shows no Brasil da turnê "Bridges to Babylon"?
Jagger - Eu lembro que tivemos
muitos problemas no Rio, porque
mudaram o local de apresentação
para o Sambódromo na última hora. Mas ainda assim foi um bom
show. E em São Paulo foi melhor
ainda. Como era a segunda vez que
tocávamos no Brasil -e na primeira tudo é novidade-, sinceramente não esperávamos tanto.
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