São Paulo, sexta, 23 de outubro de 1998

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Discos de turnês trazem lembranças

especial para a Folha, em Toronto

Mick Jagger diz que nunca ouve um disco dos Rolling Stones depois que ele está pronto. Por isso, não pode comparar "No Security" com outros álbuns ao vivo da banda. Ainda assim, ele garante que o novo disco está entre os melhores registros de turnês dos Stones. "O som ficou ao mesmo tempo agradável e pesado", afirma.
Ao contrário de Richards, Jagger preferiu uma garrafa de Evian a um copo de uísque. "Muitas vezes tenho vontade de beber enquanto estou trabalhando. Mas eu tenho de escolher: ou eu bebo ou eu trabalho, porque já não posso fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Portanto, não tenho escolha", disse à Folha na entrevista a seguir.
Folha - O lançamento de mais um disco ao vivo foi uma decisão artística ou comercial?
Mick Jagger -
Se a decisão tivesse sido comercial, poderíamos ter escolhido músicas famosas. Nossa idéia era apenas revisitar algumas músicas que não gravamos ao vivo há quase 20 anos e outras que só entraram em discos de estúdio.
Folha - Você acredita que as turnês viraram um conceito mais importante que os discos?
Jagger -
Eu diria que são conceitos complementares. O que mais gosto nos álbuns gravados em turnês são as lembranças que eles evocam, dos lugares onde passamos, dos shows que fizemos.
Folha - Mas geralmente as bandas têm muito menos controle sobre um álbum ao vivo.
Jagger -
Sim, por isso a gente deixou muita coisa na mão do engenheiro de som e do produtor, porque a banda estava na estrada durante a realização do disco. Eu só escolhi o repertório e o melhor take de cada música. Mas acho que eles fizeram um grande trabalho. Além disso, acho que o disco está bem variado, com vozes como as de Dave Mathews e Taj Mahal.
Folha - Além do repertório e das participações especiais, sobrou algo de novo em "No Security" se comparado aos outros seis discos ao vivo dos Stones?
Jagger -
Não sei te dizer porque eu não lembro muita coisa dos outros discos ao vivo. Para falar a verdade, eu nunca ouço um disco dos Stones depois de pronto.
Folha - Que lembranças você guarda dos shows no Brasil da turnê "Bridges to Babylon"?
Jagger -
Eu lembro que tivemos muitos problemas no Rio, porque mudaram o local de apresentação para o Sambódromo na última hora. Mas ainda assim foi um bom show. E em São Paulo foi melhor ainda. Como era a segunda vez que tocávamos no Brasil -e na primeira tudo é novidade-, sinceramente não esperávamos tanto.



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