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"A técnica é bater perna", diz Danuza
Autora conta que prefere descobrir novos lugares a frequentar locais da moda e critica o consumismo em excesso
"A América nunca me interessou, mas agora quero dar um rolê pela avenida Madison", diz, sobre um possível 2º livro de viagens
DA SUCURSAL DO RIO
Danuza Leão espera fazer
um segundo volume com relatos de suas viagens, narrando
experiências em Nova York, Cidade do México, Los Angeles e
Tóquio. Ou em cidades da América do Sul, como Buenos Aires,
Santiago e Lima.
No próximo sábado, dia 29,
Danuza estará na Livraria Cultura, no Conjunto Nacional, em
São Paulo, e no dia 30, na Livraria da Travessa, em Ipanema,
no Rio. "Não será um lançamento porque seria formal demais para mim. Vou estar por lá
para quem quiser aparecer",
diz ela.
(PLÍNIO FRAGA)
FOLHA - Um livro como este é mais
diversão que trabalho?
DANUZA LEÃO - Você não pode
relaxar um minuto. Tem de estar olhando, anotando num
bloquinho. É claro que saí com
amigos nas cidades em que estive, mas as melhores descrições são de quando estava sozinha. Se estou com alguém, vou
me distrair com a conversa ou
vou ser profundamente antipática. Então é trabalho.
FOLHA - O excesso de consumismo
atrapalha as viagens?
DANUZA - Falei bastante mal de
quem consome muito e de certas grifes que o impulsionam
no livro.
FOLHA - Paris é sua cidade mais
amada?
DANUZA - Não tenho a menor
dúvida de que pelo menos metade minha é francesa. Morei lá
com 17 anos e fiquei por dois
anos. Depois morei mais cinco
anos na década de 50. Passei lá
meus últimos sete Réveillons.
FOLHA - Os EUA não te interessam?
DANUZA - A América nunca me
interessou, mas agora quero
dar um rolê pela avenida Madison.
FOLHA - Qual sua principal regra de
viagem?
DANUZA - Não vou a lugar da
moda em lugar algum. Vou descobrindo lugares. E é tão fácil
descobrir. A técnica é bater
perna. Simples assim. Outra regra é sempre colocar o aviso de
não perturbe na porta do quarto do hotel.
FOLHA - Qual seu maior sofrimento em viagem?
DANUZA - Não sei fazer malas.
São sempre um absurdo. Posso
ter de jantar com um rei, né?
Nunca fiz uma mala direito na
minha vida.
FOLHA - Quando dinheiro é problema?
DANUZA - É fácil, quando você
tem muito dinheiro e não tem
uma cabeça boa, ser cafona.
Basta você comprar tudo. O
problema de dinheiro é que é
preciso ter uma cabeça muito
boa para continuar a ser elegante. O dinheiro é o caminho
para a perdição da elegância.
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